Os últimos meses foram de extrema preocupação para os fiéis e para a equipe médica do Papa Francisco. O pontífice, de 87 anos, enfrentou um quadro grave de pneumonia, que o deixou internado por mais de um mês em um hospital em Roma. Durante esse período, sua condição chegou a ser tão crítica que os médicos chegaram a debater se deveriam interromper o tratamento e deixá-lo partir ou se insistiriam em uma abordagem ainda mais agressiva.
Um momento decisivo
Em entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera, o cirurgião Sergio Alfieri, responsável pelo cuidado do Papa, revelou detalhes angustiantes dos dias mais difíceis da internação. Segundo ele, a equipe médica se viu diante de uma decisão extremamente delicada: continuar tentando salvar Francisco, mesmo correndo riscos de danos colaterais graves, ou aceitar que talvez o tratamento já não pudesse reverter o quadro.
“Foi o pior momento. Pela primeira vez vi lágrimas nos olhos de algumas pessoas ao seu redor. Pessoas que, percebi durante esse período de internação, o amam sinceramente, como um pai. Estávamos todos cientes de que a situação havia piorado ainda mais e que havia um risco real de que ele não sobrevivesse”, relatou Alfieri.
Apesar do cenário desanimador, a equipe não desistiu. Massimiliano Strappetti, assistente pessoal do Papa, foi um dos que insistiram para que os médicos seguissem lutando. “Tente de tudo, não desista”, teria dito ele, uma frase que ecoou entre todos os profissionais responsáveis pelo tratamento.
A pior noite e o “milagre” da recuperação
A luta pela vida do pontífice teve mais de um momento crítico. Segundo Alfieri, um dos episódios mais assustadores ocorreu quando Francisco broncoaspirou e sua saúde sofreu uma nova piora.
“Foi o segundo momento realmente crítico (…). Posso dizer que duas vezes a situação foi perdida e então aconteceu como um milagre”, afirmou o cirurgião.
O próprio Papa Francisco esteve plenamente consciente de sua condição, mesmo nos momentos mais sombrios. Ele acompanhou cada atualização médica e, com serenidade, entendeu os riscos que corria.
“Aquela noite foi terrível. Ele sabia, assim como nós, que talvez não sobrevivesse. Vimos que estava sofrendo. Mas desde o primeiro dia ele nos pediu para lhe contar a verdade. Nunca nada foi modificado ou omitido”, revelou Alfieri.
Ainda assim, Francisco manteve seu bom humor e resiliência, características que sempre marcaram seu pontificado. Nos dias seguintes, à medida que apresentava sinais de melhora, fazia questão de repetir: “Ainda estou vivo”. E, em seguida, aconselhava aqueles ao seu redor: “Não se esqueçam de viver e manter o bom humor”.
Alta hospitalar e recuperação
Após superar as adversidades, o Papa Francisco recebeu alta no dia 23 de março de 2025. O momento foi marcado por uma cena emocionante: o pontífice apareceu na sacada do hospital e acenou para os fiéis que aguardavam ansiosamente por sua recuperação.
Agora, ele segue em repouso absoluto, conforme recomendação médica. A previsão é de que ele permaneça afastado de suas atividades regulares por pelo menos dois meses, até recuperar totalmente sua energia e saúde.
A luta do Papa Francisco contra a pneumonia não foi apenas um desafio médico, mas também uma demonstração de sua força espiritual e determinação. Sua recuperação foi recebida com alívio por milhões de fiéis ao redor do mundo, que acompanham de perto sua jornada e torcem para que ele continue guiando a Igreja Católica com a sabedoria e a leveza que sempre demonstrou.