Ingridy Vitória Cassiano da Silva Tenório teve apenas 13 anos de vida. Nas redes sociais, ela parecia ser uma adolescente cheia de carinho, cercada por amigas e familiares. Sempre compartilhando sua fé, Ingridy gostava de acompanhar missas online e falava sobre a importância da religião em sua vida.
Como muitas meninas da sua idade, Ingridy também tinha suas vaidades. Publicava várias selfies e vídeos (reels) com um sorriso tímido, mas cheio de simpatia. Normal, né? Aqueles momentos em que a gente tenta se mostrar pro mundo, mas de um jeitinho mais reservadinho. Ela, como qualquer garota da sua geração, gostava de mostrar seus momentos do dia a dia, e as músicas que bombavam naquele momento eram sempre a trilha sonora das suas postagens.
O que se percebia também nas postagens era o carinho que Ingridy recebia das amigas. Eram várias fotos e declarações que transpareciam a amizade verdadeira. Nos stories do Instagram, por exemplo, ela dividia momentos fofos com sua mãe, Adriana Gomes, e com o irmão João, que só tinha quatro anos. Esse tipo de troca de afeto, né, que dá pra ver que ela tinha um coração gigante.
Mas o que chamava atenção no perfil de Ingridy era, sem dúvida, a sua fé. Não era algo tão comum em adolescentes dessa faixa etária, mas ela não tinha vergonha de mostrar isso. Em seus stories, apareciam cenas de missas, procissões, momentos que ela vivia com muita devoção. Aliás, na bio do Instagram dela, estava escrito um versículo da Bíblia que expressava muito do que ela acreditava: “I João 4:19”, que diz: “Nós amamos, mas Ele nos amou primeiro”. Isso mostra um pouco da humildade e da bondade dela, como uma jovem que via a vida com esperança e fé.
Em uma das imagens mais tocantes, Ingridy aparece assistindo a uma missa do Frei Gilson. Em uma mão, ela segurava o celular, e na outra, o terço, o que deixava claro o quanto a religião estava presente na sua rotina, mesmo nos momentos de lazer.
Porém, a história de Ingridy, que parecia ser tão cheia de sonhos e promessas, teve um final trágico. No último sábado (29), seu corpo foi encontrado perto de uma pista no distrito de Caraíbas, em Santa Maria da Boa Vista, no Sertão de Pernambuco, depois de cinco dias de buscas. O desaparecimento de Ingridy começou na terça-feira (25), quando ela estava voltando de Curaçá, na Bahia, com a mãe e o irmão. O motorista do carro, Jocelmo Caldas da Silva, foi identificado como o principal suspeito de envolvimento no crime.
De acordo com a polícia, Jocelmo teria agredido a mãe de Ingridy e, em seguida, sequestrado a jovem, colocando-a no porta-malas do carro. Um pesadelo para a família, que durante os dias seguintes viveu na esperança de encontrar a garota com vida.
No sábado, a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco confirmou que o suspeito foi localizado pela polícia. O caso virou uma verdadeira corrida contra o tempo, e, infelizmente, o desfecho foi trágico: Jocelmo entrou em confronto com a polícia e acabou morto.
A morte de Ingridy foi um choque, não só para a família, mas para todos que acompanharam sua história. Uma jovem cheia de vida, sonhos e fé, que teve seu futuro interrompido de forma brutal. Uma perda que traz à tona a dor e a impotência diante de um crime tão cruel. E a memória de Ingridy vai continuar, não só por suas postagens nas redes sociais, mas por tudo o que ela representava para as pessoas que a amavam.