O começo de março foi marcado por uma tragédia na Paraíba. Um ônibus escolar tombou na rodovia PB-077, deixando ao menos dois estudantes mortos e dezenas de feridos. O veículo, que pertencia à Prefeitura de Pilões, transportava alunos para Guarabira, a cerca de 20 km de distância. O acidente aconteceu nesta terça-feira (1º) e mobilizou equipes de resgate da região.
De acordo com relatos de testemunhas, o ônibus tombou em um trecho perigoso da rodovia, próximo a um penhasco. No momento do acidente, o veículo estava lotado de estudantes que seguiam para as aulas. Com o impacto, muitos foram arremessados dentro do ônibus, e outros chegaram a ser projetados para fora. O cenário foi de desespero: mochilas espalhadas, gritos de dor e socorristas tentando resgatar os feridos em meio ao caos.
As equipes médicas confirmaram que pelo menos 29 estudantes foram levados ao Hospital de Guarabira em estado grave. Desses, seis precisaram de transferência imediata para hospitais de referência, dada a gravidade dos ferimentos. Além disso, várias vítimas foram encaminhadas para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Guarabira e para o Hospital de Pilões com ferimentos leves. Uma pessoa, cujo estado inspira mais cuidados, foi transportada para o Hospital de Trauma de João Pessoa.
Comoção e solidariedade
O impacto da tragédia mobilizou autoridades e a população local. A Prefeitura de Pilões divulgou uma nota lamentando o ocorrido e assegurou que está prestando todo o suporte necessário às vítimas e suas famílias. Segundo o comunicado, assim que houve a confirmação do acidente, equipes de emergência foram enviadas ao local para dar assistência e agilizar os resgates.
O governador da Paraíba, João Azevêdo, também se pronunciou sobre o caso. Em uma publicação na rede social Threads, ele expressou pesar pelas vidas perdidas e reforçou que o governo estadual está acompanhando de perto a situação.
“Começo o dia de hoje consternado com as informações de um acidente envolvendo um ônibus escolar locado pela Prefeitura de Pilões, com confirmação de dois óbitos. Estamos acompanhando o caso e colocando as nossas equipes, de segurança e saúde, à total disposição. Mas quero desde já lamentar as perdas e manifestar toda nossa solidariedade às famílias. Que Deus conforte a todos”, escreveu Azevêdo.
A notícia rapidamente repercutiu em toda a Paraíba, gerando uma onda de solidariedade. Nas redes sociais, moradores da região prestaram homenagens e se ofereceram para ajudar as famílias dos estudantes feridos. Em frente ao Hospital de Guarabira, parentes aguardavam ansiosos por informações sobre os jovens internados.
As causas do acidente
Ainda não há um laudo oficial sobre o que provocou o tombamento do ônibus, mas algumas hipóteses estão sendo analisadas pelas autoridades. Entre os fatores investigados estão possíveis falhas mecânicas no veículo, problemas na estrada e até mesmo erro humano.
Moradores da região relataram que o trecho onde o acidente ocorreu é conhecido pelo perigo. Curvas fechadas, pista estreita e falta de sinalização tornam o local um ponto de risco para motoristas, especialmente em dias de chuva. “A gente sempre alerta, mas só tomam providência depois que algo grave acontece”, disse um morador, que preferiu não se identificar.
Outros questionam a manutenção dos ônibus escolares. Em muitas cidades do interior, esses veículos são antigos e passam por reparos improvisados para continuar rodando. “Os ônibus vivem dando problema, e a gente sempre fica preocupado. O pior aconteceu agora”, lamentou uma mãe, que perdeu o filho no acidente.
Um alerta para o transporte escolar
O caso reacende o debate sobre a segurança no transporte escolar em cidades pequenas. Infelizmente, acidentes envolvendo ônibus de estudantes não são raros no Brasil. Em muitas regiões, a frota é antiga, as estradas são precárias e a fiscalização, insuficiente.
O episódio de Pilões deve servir como um alerta para gestores públicos de todo o país. Investir em veículos seguros, garantir manutenção regular e melhorar a infraestrutura das estradas são medidas essenciais para evitar tragédias como essa. Afinal, o transporte escolar deveria ser sinônimo de proteção e não de risco para os estudantes.
Enquanto as investigações continuam, a cidade de Pilões chora a perda dos seus jovens. O clima é de luto, e a comunidade tenta encontrar forças para enfrentar a dor. O desejo de todos agora é que os feridos se recuperem e que medidas sejam tomadas para impedir que uma tragédia como essa se repita.