A Polícia Civil está investigando se a mãe da recém-nascida encontrada morta em Novo Lino (AL) teve ajuda para esconder o corpo da menina. Eduarda Silva de Oliveira, de 22 anos, foi presa em flagrante, mas até agora, ela está sendo investigada apenas por ocultação de cadáver. O corpo de Ana Beatriz foi encontrado no início da tarde da terça-feira (15), dentro de um armário, enrolado em um saco plástico e escondido entre materiais de limpeza. O corpo foi localizado depois que o advogado da família conseguiu convencer Eduarda a revelar onde estava a filha.
O delegado Igor Diego explicou que, mesmo com as buscas intensas feitas na casa desde o desaparecimento de Ana Beatriz, o corpo não foi encontrado. Na segunda-feira (14), uma cadela treinada para encontrar cadáveres vasculhou a residência, incluindo o armário onde o corpo foi encontrado, mas não localizou nada. A cadela se machucou durante as buscas e deixou marcas no local. “A cadela fez o trabalho dela direitinho, mas foi só na terça-feira que descobrimos o corpo, depois que a mãe indicou o local”, contou o delegado.
De acordo com o delegado, Eduarda não passou a noite de segunda-feira em casa, e isso pode ter facilitado a ocultação do cadáver. “Talvez alguém tenha aproveitado que não havia ninguém por perto e feito isso”, disse Igor Diego, se referindo à possibilidade de que uma terceira pessoa tenha ajudado a esconder o corpo. A investigação ainda tenta entender o que aconteceu nesse período, mas a mãe pode ter pedido ajuda para esconder a filha.
Eduarda, por sua vez, deu versões contraditórias sobre a morte da criança. Primeiramente, ela alegou que a morte foi acidental, dizendo que Ana Beatriz se engasgou enquanto estava sendo amamentada e que ela tentou reanimá-la, mas não conseguiu. No entanto, após ser confrontada pela polícia, a mãe mudou seu depoimento e passou a dizer que asfixiou a bebê com um travesseiro. Ela contou que estava há dois dias sem dormir, lidando com o choro incessante da menina e com o barulho de um bar em frente à casa. Isso teria a levado a cometer o ato desesperado.
“Ela começou dizendo que a criança se engasgou, mas depois mudou tudo, dizendo que não aguentava mais o choro da filha e foi quando fez o que fez”, relatou o delegado Igor Diego. A mãe ainda alegou que a bebê chorava muito devido ao barulho constante e à falta de descanso.
Essa mudança de versão aconteceu depois de uma série de declarações contraditórias feitas por Eduarda. Na última sexta-feira (11), ela havia procurado a polícia dizendo que a filha havia sido sequestrada por quatro criminosos em um carro preto, enquanto ela estava na BR-101. A polícia fez buscas intensas, chegando a prender um suspeito, mas ele foi liberado logo em seguida. Depois disso, a mãe mudou a versão novamente, dizendo que homens armados invadiram sua casa, a estupraram e levaram a bebê. Ao todo, ela apresentou cinco versões para o desaparecimento de Ana Beatriz, mas todas foram descartadas pela polícia.
Após essas mudanças nos relatos, uma nova operação foi montada na segunda-feira para buscar a bebê em Novo Lino. A polícia chegou a investigar cisternas e lixeiras, mas não encontrou o corpo. Só depois que a mãe revelou onde o havia escondido é que o caso foi resolvido.
Quando a polícia foi chamada pelo pai da criança e pelo advogado de Eduarda, eles tentaram entrar na casa, mas a porta estava trancada. Os policiais precisaram invadir a casa pela janela para localizar o cadáver. Esse caso tem gerado grande comoção na cidade e segue sendo investigado para tentar entender todos os detalhes que levaram à morte de Ana Beatriz.