CGU mantém punição à empresa que vendeu coletes no Rio na intervenção

Irregularidades na Compra de Colete à Prova de Balas: A Decisão da CGU e suas Implicações

A Controladoria-Geral da União (CGU) fez um movimento significativo ao negar um pedido de reconsideração feito pela empresa CTU Security LLC. Essa decisão se deu após a empresa ser punida no ano passado por ter vendido, sem licitação, uma quantidade impressionante de 9 mil coletes à prova de balas ao Gabinete de Intervenção Federal (GIF), que na época estava sob o comando do general Walter Souza Braga Netto, um nome que, aliás, não é novo no cenário político brasileiro.

Contexto da Aquisição

A aquisição dos coletes ocorreu em 2018 e, conforme aponta a CGU, resultou em um prejuízo de R$ 4,6 milhões aos cofres públicos. Essa situação levanta sérias questões sobre a transparência e a eficácia dos processos licitatórios, tão essenciais para garantir que o dinheiro público seja utilizado da melhor maneira possível.

Argumentos da CTU Security LLC

No pedido de reconsideração, a CTU Security LLC apresentou argumentos que incluíam a necessidade de corrigir um suposto “erro material na decisão sancionadora”. Além disso, a empresa alegou que não houve inexecução contratual, já que a paralisação do contrato foi uma ordem do próprio GIF. A empresa também defendeu que não houve dano ao erário, uma vez que não houve pagamento realizado a ela.

A Resposta da CGU

Apesar dos argumentos apresentados pela empresa, a CGU manteve todos os efeitos da decisão anterior, que foi proferida em 2 de maio de 2024. Essa postura da CGU demonstra uma firmeza nas suas diretrizes e uma tentativa de garantir que as normas sejam cumpridas, evitando assim que irregularidades passem despercebidas.

Operação Perfídia e Implicações Legais

Vale mencionar que o contrato de compra dos coletes foi alvo da operação Perfídia, conduzida pela Polícia Federal em 2023, após o governo dos Estados Unidos ter indicado a existência de irregularidades. Embora Braga Netto não tenha sido diretamente implicado na operação, seu sigilo telefônico foi quebrado, aumentando o cerco sobre os envolvidos no caso.

Além disso, o despacho da CGU, assinado pelo ministro Vinícius Carvalho, indicou que a CTU Security LLC apresentou documentos fraudulentos para se habilitar na licitação. Isso inclui relatórios de testes de resistência balística e certificados de compliance que, segundo a CGU, eram falsos e não atestavam a aptidão da empresa para fornecer os coletes.

Consequências da Decisão

As penalidades aplicadas à CTU Security LLC foram severas. A empresa foi multada em R$ 133,2 mil, recebeu uma declaração de inidoneidade e uma multa compensatória de R$ 1,8 milhão. Essas medidas são um claro sinal de que irregularidades em contratos públicos não serão toleradas, o que é um passo positivo para a integridade do setor público.

A Vigilância do TCU

Em outubro do ano passado, a situação da CTU Security LLC ficou ainda mais complicada quando o Tribunal de Contas da União (TCU) também a colocou sob sua mira. A área técnica do TCU solicitou a inidoneidade da empresa, ressaltando que houve fraude no procedimento de dispensa de licitação, caracterizada pela apresentação de documentos falsos. Este tipo de atuação é preocupante, pois não apenas compromete a confiança nas instituições, mas também pode afetar a segurança pública.

Reflexões Finais

O total do contrato, que era de R$ 36.709.090,99, foi destinado à compra dos coletes para a Polícia Civil do Rio de Janeiro, mas o trâmite de aquisição foi suspenso. A falta de justificativas por parte da empresa deixou claro que as fraudes estavam sendo levadas a sério. A luta contra a corrupção e as irregularidades nos contratos públicos é uma tarefa árdua, mas essencial para garantir que os recursos sejam utilizados de forma correta e eficaz. A sociedade deve continuar atenta a esse tipo de situação, pois a transparência e a responsabilidade são fundamentais para um governo que se preze.