Sabino tentou manter cargo antes de ceder à pressão do União; entenda

Ministro do Turismo Celso Sabino: A Saída e os Desafios da COP30

Nesta sexta-feira, dia 26, o ministro do Turismo, Celso Sabino, anunciou sua saída do governo do presidente Lula, do PT. Embora tenha enfrentado pressões do União Brasil para que seus membros deixassem os cargos no Executivo, Sabino expressou sua vontade de continuar contribuindo com a pasta que liderava. A situação é complexa e repleta de nuances que merecem uma análise mais aprofundada.

A Pressão do União Brasil

O União Brasil, partido ao qual Celso Sabino é filiado, havia dado um ultimato de 24 horas para que seus membros, que ocupam cargos no governo, se desligassem sob pena de serem considerados infiéis ao partido. O prazo expirou na sexta-feira passada, dia 19, mas, surpreendentemente, no caso de Sabino, a saída não se concretizou imediatamente. Em um anúncio feito pelo próprio ministro, ele confirmou que permaneceria no cargo, pelo menos, até o dia 2 do próximo mês.

De acordo com Sabino, sua permanência foi um pedido do presidente Lula. “O presidente pediu que eu o acompanhasse nessa missão na próxima quinta-feira e assim nós vamos estar […] Vou como ministro ainda”, afirmou, referindo-se à entrega de obras relacionadas à COP30, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que ocorrerá em Belém, no Pará.

Desafios e a COP30

Celso Sabino, natural do Pará, se tornou uma figura crucial na organização da COP30. Ele estava à frente de negociações importantes, especialmente aquelas que envolviam a rede hoteleira para atendimento ao evento, que promete ser um marco nas discussões sobre mudanças climáticas. A saída do ministro em um momento tão próximo da conferência pode causar impactos significativos, tanto em termos de planejamento quanto em sua própria trajetória política.

Com a COP30 se aproximando, a pressão sobre Sabino intensificou-se. Ele havia informado a Lula sobre sua intenção de deixar a pasta ainda na semana anterior, mas o presidente pediu que ele ficasse mais um tempo para que pudesse negociar sua saída com a liderança do União Brasil.

Uma Licença Partidária?

A estratégia discutida entre Sabino e Lula era a de que o ministro se afastaria do partido por meio de uma licença partidária, de forma a permanecer no cargo até o dia 3 de abril, data limite para desincompatibilização para quem deseja concorrer ao Senado pelo Pará nas eleições de 2026. Após essa data, ele poderia retornar ao União Brasil e contar com o apoio de Lula em sua candidatura ao Senado.

A Confirmação da Demissão

Ao anunciar que havia entregue sua carta de demissão a Lula, Celso Sabino deixou claro que continuaria dialogando com a liderança do União Brasil. “Vou seguir conversando com a liderança do meu partido, apresentando todas as razões que eu expliquei aqui para vocês e nós vamos continuar o diálogo”, declarou, mostrando-se disposto a buscar alternativas e soluções.

Possibilidade de Retorno

Quando questionado sobre a possibilidade de reverter a situação e permanecer no ministério, Sabino demonstrou otimismo ao afirmar que acreditava no poder do “diálogo”. No entanto, não respondeu se havia planos de deixar o União Brasil, o que deixa um certo mistério sobre o futuro político do ministro.

Conflito com o União Brasil

O clima entre Sabino e o União Brasil está tenso. Antonio Rueda, presidente do partido, exigiu que seus filiados deixassem o governo. Ele expressou descontentamento com a forma como o governo federal expôs sua imagem, atribuindo a responsabilidade a um vazamento de informações relacionadas a uma investigação da Polícia Federal sobre a infiltração do PCC, o Primeiro Comando da Capital, em setores financeiros e de combustíveis no Brasil.

Essa situação levanta questões importantes sobre o futuro de Sabino e sobre como a política brasileira se desdobrará nas próximas semanas. A expectativa em relação à COP30 e as eleições de 2026 estão no horizonte, e a forma como essas questões se entrelaçam pode ter um impacto profundo na trajetória política de muitos envolvidos.

O desenrolar dessa situação promete ser um tema de interesse não apenas para os envolvidos diretamente, mas também para a população, que acompanhará de perto o que acontece no cenário político brasileiro.