Primatas e aves são retirados pelo Ibama de criadouro em Xanxerê (SC)

Escândalo em Xanxerê: Ibama Apreende 174 Animais em Criadouro Irregular

Recentemente, uma ação do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) chocou a sociedade ao apreender 174 animais, que incluíam aves e primatas, de um criadouro comercial localizado em Xanxerê, Santa Catarina. Esses animais estavam vivendo em condições deploráveis, sendo vítimas de maus-tratos em um local que, supostamente, deveria garantir bem-estar e preservação.

O Criadouro e Seus Anúncios Chamativos

Esse criadouro, que ficou famoso nas redes sociais entre influenciadores, possuía autorização para comercializar aves e, curiosamente, macacos-prego, incluindo espécies ameaçadas como o papagaio-de-peito-roxo. No entanto, o que se descobriu foi que outras espécies de primatas, como os saguis, estavam sendo vendidos sem autorização. Os preços dos animais variavam bastante, indo de R$ 4 mil até impressionantes R$ 120 mil cada, o que demonstra a exploração comercial em cima deles.

Os Impactos das Redes Sociais

As redes sociais desempenharam um papel significativo na popularidade do criadouro, com anúncios apresentando filhotes de macacos sendo alimentados com mamadeira e vestidos com fraldas. Esses posts geravam grande repercussão, especialmente entre influenciadores e artistas que, muitas vezes, não tinham noção das condições em que esses animais viviam. O Ibama, em suas investigações, constatou que muitos dos macacos exibidos nas redes sociais de influenciadores tinham origem nesse mesmo criadouro.

Condições de Vida Desumanas

Durante a operação, os agentes do Ibama encontraram diversas irregularidades. Gaiolas foram descobertas em áreas abertas, sem qualquer tipo de aquecimento, água ou alimento. Os filhotes eram mantidos separados de suas mães durante dias que apresentavam temperaturas muito baixas. Além disso, animais adultos eram mantidos em recintos pequenos e inadequados, o que é um claro indicativo de maus-tratos.

Decisões Judiciais e Continuidade das Irregularidades

Em 2024, as atividades do criadouro foram embargadas devido a uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determinou a interrupção das atividades irregulares. No entanto, mesmo com essa decisão, o proprietário continuou a anunciar a venda de animais em suas redes sociais, demonstrando um desrespeito absoluto pelas normas estabelecidas.

O dono do criadouro, que já havia sido multado anteriormente pelo Ibama devido a casos de maus-tratos, foi novamente penalizado por continuar a reprodução de dez macacos-prego, que estavam destinados à comercialização irregular. Essa situação levanta questões sérias sobre a eficácia das leis de proteção animal no Brasil e a necessidade de um controle mais rigoroso sobre criadouros comerciais.

O Futuro dos Animais Apreendidos

Os animais que foram apreendidos estão agora sob os cuidados imediatos do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama. Esses animais necessitam de cuidados urgentes e passarão por programas de reabilitação, especialmente aqueles que pertencem a espécies ameaçadas, como o papagaio-de-peito-roxo. É fundamental que esses animais tenham uma chance de se recuperar e, eventualmente, retornar ao seu habitat natural.

Reflexões Finais

Essa situação em Xanxerê é um alerta para a sociedade sobre a necessidade de estarmos mais atentos às práticas de comércio de animais silvestres. A exploração comercial de animais não apenas prejudica os indivíduos envolvidos, mas também impacta o ecossistema e a biodiversidade. A luta por um mundo mais ético e responsável deve ser uma prioridade, e a consciência sobre os direitos dos animais é um passo importante nessa direção. Se você se preocupa com o bem-estar dos animais, considere apoiar causas que lutam pela proteção e preservação das espécies ameaçadas.