Bate-bocas fazem sessão da CPMI do INSS ser suspensa duas vezes em 1 hora

Tensões na CPMI: Debates Quentes e Desculpas Inesperadas

Na última segunda-feira, dia 13, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) foi palco de um verdadeiro embate entre parlamentares e o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. O clima ficou tenso e, em apenas uma hora de sessão, a CPMI foi suspensa em duas ocasiões, refletindo a dificuldade em conduzir os trabalhos diante de tantas controvérsias.

Primeiro Impasse: O Questionamento do Relator

A primeira suspensão aconteceu após o relator da investigação, Alfredo Gaspar, do União-AL, fazer uma pergunta que, a princípio, parecia simples. Ele indagou a Stefanutto sobre outros membros do INSS que haviam sido afastados após as primeiras denúncias de fraudes. Contudo, a resposta do ex-presidente não foi a esperada. Stefanutto se negou a responder, alegando que a questão era apenas retórica. Essa recusa gerou um clima de revolta entre os presentes, levando o presidente da comissão a interromper os trabalhos temporariamente.

Desentendimentos e Agressões Verbais

O clima de tensão não parou por aí. Mais tarde, Gaspar, em um novo questionamento, pediu esclarecimentos sobre a relação de Stefanutto com Gilmar Stelo, um advogado que, segundo informações, teria assessorado diversas entidades sindicais supostamente envolvidas em fraudes. A resposta de Stefanutto foi direta: ele afirmou não ter uma “relação pessoal” com Stelo e, em tom provocativo, comentou sobre o aborrecimento de Gaspar ao ver seu nome em um site de uma entidade.

Esse tipo de troca de farpas não agradou ao relator, que, visivelmente irritado, respondeu: “Me respeite, rapaz, você sendo cabeça do maior roubo de aposentados e pensionistas”. Essa troca de ofensas culminou em um novo bate-boca, onde Gaspar chegou a se levantar, gesticulando de forma enfática. Para tentar acalmar os ânimos, o presidente Carlos Viana decidiu interromper a sessão novamente, desta vez por cinco minutos.

Pequeno Intervalo e Desculpas

Após o intervalo, a CPMI foi retomada, e, surpreendentemente, Stefanutto fez um pedido de desculpas ao relator. Ele reconheceu que a troca de ofensas não era apropriada e que, embora a reação tenha sido motivada por ofensas à sua honra, ele compreendia que havia se excedido. Essa atitude trouxe um respiro ao clima tenso que dominou a sessão.

Contexto da Afastamento de Stefanutto

É importante lembrar que Stefanutto foi afastado do cargo de presidente do INSS por decisão judicial, em decorrência de uma operação deflagrada pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pela Polícia Federal (PF). Essa operação investigou um esquema nacional de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões. Durante a ação em abril, agentes realizaram buscas em seu apartamento em Brasília e em sua sala na sede do INSS.

Acusações e Defesa

A investigação da PF aponta que Stefanutto teria sido omisso ao permitir que descontos ilegais ocorressem durante sua gestão, através de associações. No entanto, ele nega qualquer envolvimento em práticas que pudessem comprometer os segurados do INSS. Essa defesa contrasta com as graves acusações que pesam sobre ele, e a CPMI se apresenta como um espaço crucial para esclarecer os fatos.

Reflexões Finais

Esses desdobramentos na CPMI não apenas revelam a complexidade do caso, mas também destacam a importância da transparência e da responsabilidade na gestão pública. A luta por justiça e a busca por esclarecimentos são fundamentais para restaurar a confiança da população nas instituições. Ao final, a participação do público é crucial, e todos são convidados a acompanhar os próximos capítulos dessa investigação e a opinar sobre os desdobramentos que se seguem.