União Europeia em Silêncio: O Que Aguardamos Para a COP30?
Nesta segunda-feira, dia 13, o representante da sociedade civil, André Guimarães, trouxe à tona uma questão preocupante: a União Europeia ainda não divulgou suas NDCs, ou seja, as Contribuições Nacionalmente Determinadas, que são essenciais para a próxima Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP30. Este evento ocorrerá em novembro de 2025, na cidade de Belém, no estado do Pará.
Guimarães, que também é diretor-executivo do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), participou da Cerimônia Oficial de Abertura da Pré-COP, em Brasília. Esse encontro serve como uma reunião preparatória para a tão aguardada COP30, onde será discutido o futuro do nosso planeta e as ações necessárias para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
O Que São as NDCs?
As NDCs são compromissos que cada país signatário do Acordo de Paris estabelece para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e se adaptar às mudanças climáticas. Até o momento, a situação das NDCs para a COP30 está longe do ideal. Apenas 62 países já apresentaram suas contribuições, e a ONU espera receber um total de 125 até a conferência.
A Inação da União Europeia
A ausência de uma declaração da União Europeia, a menos de 30 dias da COP30, levanta muitas questões. Guimarães declarou:
A Europa se absteve de participar até agora. Estamos a menos de 30 dias da COP30 e a Europa não se manifestou e não apresentou NDC.
Esse silêncio pode ser interpretado de diversas maneiras. Será que a União Europeia está subestimando a importância dessa conferência? Ou será que há divergências internas que dificultam uma posição unificada? O fato é que a inatividade pode ter consequências sérias, não apenas para os países da Europa, mas para o mundo todo.
O Papel dos Países do Hemisfério Sul
Na visão de Guimarães, o momento é dos países do hemisfério sul. Ele acredita que esses países têm um papel crucial na definição das prioridades globais no que diz respeito às mudanças climáticas. Essa perspectiva é especialmente relevante, uma vez que muitos dos países do sul global enfrentam as consequências diretas das mudanças climáticas, mesmo que suas emissões históricas sejam muito menores em comparação com países desenvolvidos.
O Brasil, por exemplo, foi um dos primeiros países a apresentar sua NDC, em novembro do ano passado. O compromisso do Brasil é bastante ambicioso, incluindo uma meta de redução de gases de efeito estufa entre 59% e 67% até 2030, além de zerar o desmatamento nesse mesmo período. Essa iniciativa é um passo significativo, mas o sucesso depende de uma colaboração global e do engajamento de todos os países.
Expectativas para a COP30
À medida que nos aproximamos da COP30, é crucial que mais países apresentem suas NDCs. A expectativa é que, com a pressão da sociedade civil e de organizações ambientais, os países que ainda não se manifestaram possam se mobilizar e apresentar suas contribuições. O mundo observa ansiosamente, pois o futuro do nosso planeta pode depender dessas decisões.
- O que esperar da COP30?
- Como as NDCs afetam as políticas climáticas globais?
- Qual o papel do Brasil nas discussões sobre clima?
Concluindo, a COP30 é uma oportunidade valiosa para que os países se unam em torno de um objetivo comum: proteger o nosso planeta. A inação da União Europeia é um sinal de alerta que deve ser levado a sério. Esperamos que, até a conferência, possamos ver um movimento mais decisivo em direção à ação climática.
Vamos acompanhar juntos esses desdobramentos e torcer para que nossos líderes tomem as decisões necessárias para um futuro sustentável.