Apenas 2 estados e o DF divulgam dados completos sobre emendas estaduais

Transparência nas Emendas Parlamentares: Uma Necessidade Urgente no Brasil

Recentemente, um estudo feito pela Transparência Internacional revelou que a maioria dos estados brasileiros ainda não adere a padrões mínimos de transparência no que diz respeito ao uso de emendas parlamentares. Esse é um assunto que merece nossa atenção, pois a falta de clareza nos gastos públicos pode levar a desvios e má administração dos recursos que pertencem a todos nós. De acordo com o Índice de Transparência e Governança Pública, apenas dois estados, Acre e Minas Gerais, juntamente com o Distrito Federal, conseguem divulgar informações completas sobre as emendas em seus portais oficiais.

A Realidade da Transparência no Brasil

Em um universo de 26 estados, é preocupante constatar que 23 deles publicam dados que estão longe de ser completos. Um exemplo extremo é o estado do Pará, que não apresenta nenhuma das informações consideradas essenciais, como o valor das emendas. Essa falta de dados básicos torna impossível o controle e a rastreabilidade dos recursos destinados a essas emendas.

Quando olhamos mais de perto, vemos que quatorze estados não informam quem é o beneficiário das emendas; dezessete não indicam a localidade onde o dinheiro foi gasto; e até doze estados não detalham o histórico de execução das emendas. Para piorar a situação, seis estados sequer divulgam o objeto da emenda. Isso é alarmante, porque sem essas informações, a população fica sem saber onde e como o dinheiro público está sendo utilizado.

Desafios na Acessibilidade das Informações

Além da falta de dados, a acessibilidade das informações também deixa a desejar. É impressionante notar que 16 estados cumprem apenas parcialmente os requisitos de formato e acessibilidade. E o que isso significa na prática? Significa que muitas vezes, mesmo que as informações estejam disponíveis, elas não são apresentadas de uma maneira que seja fácil de entender ou de acessar. Quatro estados, especificamente Tocantins, Sergipe, Pará e Mato Grosso do Sul, não cumprem nenhum dos requisitos de forma e acessibilidade. Isso levanta um questionamento importante: como podemos confiar em um sistema que não é transparente?

O Que Está Sendo Feito para Mudar Essa Realidade?

O cenário de falta de transparência não se limita apenas aos estados; ele se repete nas administrações municipais. De acordo com o mesmo índice da Transparência Internacional, 37% das prefeituras avaliadas não divulgam qualquer informação sobre as emendas parlamentares recebidas, seja de origem federal ou estadual. Esses dados alarmantes foram apresentados ao ministro Flávio Dino, que é relator das ações sobre emendas parlamentares no Supremo Tribunal Federal (STF).

As associações Contas Abertas, Transparência Brasil e Transparência Internacional também relataram indícios de desvios de dinheiro oriundo de emendas estaduais e municipais. Um exemplo disso é Roraima, onde a Assembleia Legislativa instaurou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar suspeitas de mau uso dos recursos em São Luiz do Anauá. No Maranhão, a Polícia Federal está apurando fraudes relacionadas a eventos culturais que podem ter desviado até R$ 2 milhões. Já em Goiânia, a Polícia Civil investiga desvios de cerca de R$ 1,8 milhão na execução de emendas municipais.

Decisões do STF e Expectativas Futuras

Com base nas informações entregues, o ministro Flávio Dino determinou que estados e municípios adotem as mesmas regras de transparência e rastreabilidade aplicadas às emendas parlamentares federais. Essa decisão é um passo importante, mas também levanta expectativas de que ações concretas serão tomadas para garantir a transparência que todos desejamos. A execução de emendas parlamentares já aprovadas para 2026 deverá ser interrompida até que as assembleias e câmaras demonstrem que estão cumprindo as novas regras de transparência.

Na última quinta-feira, o ministro declarou que é “inaceitável” que, enquanto o STF se esforça para tornar as emendas federais mais transparentes e em conformidade com a Constituição, políticos em estados e municípios ainda pratiquem atos inadequados no uso dos recursos públicos. Para que essa mudança aconteça, estados e municípios têm até dezembro deste ano para implementar as medidas necessárias. Uma audiência está programada para março de 2026 para verificar o progresso realizado.

O Caminho a Seguir

É evidente que a transparência nas emendas parlamentares é uma questão de extrema importância para a boa governança e para a confiança da população nas instituições públicas. A sociedade deve pressionar por mudanças e garantir que os recursos públicos sejam utilizados de forma responsável e transparente. A participação ativa dos cidadãos é fundamental nesse processo. Portanto, que tal você se informar mais sobre o tema e compartilhar suas opiniões sobre a importância da transparência no uso dos recursos públicos? Juntos, podemos construir um futuro mais transparente e justo para todos.