Desastres climáticos já paralisam aulas em 34% das escolas brasileiras

Desafios da Educação Brasileira Diante das Mudanças Climáticas: Um Chamado à Ação

Em 2023, mais de 34% das escolas brasileiras tiveram que interromper suas atividades devido a eventos climáticos extremos. Esse dado alarmante foi revelado no relatório intitulado “Educação Resiliente”, elaborado pelo Todos Pela Educação, que visa fortalecer o sistema educacional diante da crescente crise ambiental que enfrentamos. O documento apresenta 25 recomendações fundamentais que orientam políticas públicas em diferentes níveis, com ênfase na mitigação e adaptação aos desafios ambientais.

O Que o Relatório Revela?

O material lançado é dividido em quatro eixos principais: governança, financiamento, equidade, e currículo. Cada um desses eixos traz propostas para incorporar a resiliência climática nas políticas educacionais brasileiras. É importante ressaltar que o relatório foi construído a partir de evidências coletadas não só no Brasil, mas também em outros países, e inclui diálogos com diversas redes de ensino, o que enriquece ainda mais suas recomendações.

Um dos diagnósticos mais preocupantes apresentados é que 77% das escolas no país não possuem planos de emergência, e 90% nunca realizaram simulações de desastres. Isso deixa milhões de alunos e profissionais da educação vulneráveis a crises ambientais. Além disso, metade das escolas públicas de ensino médio está localizada em áreas com baixa resiliência climática, ou seja, em regiões que estão mais expostas a desastres naturais e que têm menor capacidade de resposta.

A Realidade das Interrupções Escolares

O levantamento indica que 34% das escolas brasileiras precisaram suspender aulas em 2023 devido a desastres naturais como enchentes, secas e ondas de calor. Nos últimos dez anos, mais de 12 mil escolas foram diretamente afetadas por fenômenos climáticos. Os desafios incluem a falta de infraestrutura adequada, a precariedade dos transportes escolares, especialmente em áreas rurais e ribeirinhas, e a ausência de mecanismos de financiamento específicos para prevenção e adaptação.

Recomendações para um Futuro Resiliente

As recomendações do documento são práticas e visam ações concretas que podem ser implementadas imediatamente. Algumas delas incluem:

  • Criação de protocolos nacionais para a segurança e continuidade das aulas;
  • Integração da educação climática nos currículos escolares;
  • Capacitação de professores e gestores para lidar com emergências;
  • Revisão dos critérios de financiamento para incluir obras e equipamentos que promovam a adaptação climática nas escolas.

O relatório enfatiza que a educação não deve ser vista apenas como uma vítima dos desastres climáticos, mas como uma parte essencial da solução. A secretária de Educação do Rio Grande do Sul, Raquel Teixeira, destacou durante o lançamento do documento que a escola precisa ser a primeira a reabrir após uma crise e a última a fechar.

Desigualdade e Crise Climática

O secretário de Educação de Belém, Patrick Tranjan, abordou como as desigualdades urbanas afetam a capacidade das escolas de responder a emergências climáticas. Ele ressaltou que Belém enfrenta desafios como a baixa coleta de esgoto e a falta de infraestrutura, o que agrava a situação nas escolas. Essa intersecção entre educação e desigualdade é uma realidade que precisa ser enfrentada com urgência.

Crianças em Risco

Dados apresentados pela chefe de Educação do Unicef Brasil, Mônica Pinto, mostram que mais de 250 milhões de crianças e adolescentes em todo o mundo foram impactados por mudanças climáticas em 2024. No Brasil, muitos alunos na Amazônia não conseguem ir à escola devido a secas e enchentes. Isso não é apenas um problema isolado da educação, mas um desafio que envolve saúde, saneamento e proteção social.

A Importância da Educação nas Mudanças Climáticas

A diretora-executiva do Vozes da Educação, Carolina Campos, argumentou que é necessário repensar como a educação é estruturada, especialmente em tempos de emergências climáticas. O Ministério da Educação, representado por Kátia Schweickardt, também destacou a importância de alinhar políticas educacionais e climáticas para promover um futuro mais justo e igualitário.

Enquanto isso, o superintendente-executivo do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, alertou que a falta de priorização da educação no uso de recursos destinados à adaptação climática é um obstáculo que precisa ser superado.

Conclusão e Chamada à Ação

O relatório “Educação Resiliente” é um chamado à ação. Ele nos lembra que, em tempos de crise, a educação deve ser um pilar fundamental para a construção de um futuro mais sustentável e igualitário. É necessário que todos os setores da sociedade se unam para garantir que nossas crianças e jovens tenham acesso a uma educação de qualidade, mesmo diante das adversidades climáticas. Vamos juntos construir um caminho que priorize a educação e a resiliência!



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