A Intrigante Disputa pelo Senado em Santa Catarina: O Que Está em Jogo?
A política em Santa Catarina está agitada, especialmente com a proximidade das eleições para o Senado em 2026. A disputa se intensificou entre os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, gerando um clima de incerteza e rivalidade dentro do próprio grupo. O senador do PL, Carlos Bolsonaro, já declarou sua pré-candidatura e, para isso, terá que mudar seu domicílio eleitoral do Rio de Janeiro para o estado catarinense, o que não é uma tarefa simples. Essa mudança envolve muitas questões e reflexões sobre a política local.
Os Desafios de Mudar de Estado
Mudar o domicílio eleitoral não é apenas uma questão técnica, mas também uma estratégia política que pode influenciar a imagem e a recepção do candidato. Carlos Bolsonaro, conhecido por sua forte ligação com Jair, precisará conquistar o eleitorado catarinense, que pode ser bem diferente do que ele está acostumado no Rio de Janeiro. Seu irmão, Flávio Bolsonaro, está se preparando para buscar a reeleição no Senado pelo seu estado natal, o que potencialmente geraria um conflito entre os irmãos, obrigando Carlos a estabelecer suas bases em Santa Catarina.
Esse tipo de situação não é nova na família Bolsonaro. Em 2014, Jair e Eduardo disputaram vagas na Câmara dos Deputados, com Jair correndo pelo Rio e Eduardo por São Paulo. Ambos foram eleitos, demonstrando que a estratégia de dividir os estados pode ser vantajosa, mas também arriscada.
A Disputa Local e as Novas Alianças
Carlos não está sozinho nessa corrida. A deputada federal Carol de Toni (PL-SC) também está interessada em uma vaga no Senado. O governador Jorginho Mello havia planejado uma chapa com Carol e o senador Esperidião Amin (PP-SC), mas a pressão de Jair Bolsonaro para que Carlos se tornasse um dos candidatos levou a uma reavaliação dessa composição. Essa mudança de planos pode causar descontentamento e rivalidades dentro do próprio partido, o que já começou a se manifestar nas redes sociais.
Carol de Toni, percebendo o movimento da liderança, começou a articular uma possível migração para o partido Novo, buscando alternativas que garantam sua candidatura. Ela mencionou que recebeu convites de várias legendas, como União Brasil e MDB, o que evidencia a competitividade e a fragmentação do cenário político em Santa Catarina. Em uma entrevista, Carol expressou que Jorginho preferiria manter Amin na chapa por conta do tempo de TV, um recurso valioso na corrida eleitoral.
A Resposta de Carlos Bolsonaro
Apesar das tensões, Carlos Bolsonaro se manifestou em apoio a Carol e afirmou estar unido em um propósito comum. Essa resposta mostra que, apesar da rivalidade, existe uma tentativa de manter a harmonia dentro do grupo. Contudo, a deputada estadual Ana Campagnolo (PL-SC) se posicionou contra Carlos, afirmando que a divisão das vagas entre o PL e o PP era clara e que a candidatura de Carlos prejudicava a de Carol. Essa discordância expõe as fissuras que podem se aprofundar à medida que as eleições se aproximam.
A dinâmica interna do partido está se complicando, e as declarações de Ana Campagnolo apenas aumentam a tensão. Carlos se defendeu, acusando-a de mentirosa e reafirmando que a candidatura de Carol ainda era válida. Essa troca de acusações nas redes sociais demonstra como a política pode se tornar um jogo de palavras e percepções.
Pesquisas e Expectativas
Uma pesquisa recente do instituto Real Time Big Data revelou que Carlos Bolsonaro lidera as intenções de voto para o Senado em Santa Catarina, com 45% contra 33% de Carol de Toni. Essa diferença significativa pode ser um indicativo de que Carlos já possui uma base sólida de apoio, mas a corrida ainda está longe de ser decidida. O cenário político é dinâmico e pode mudar rapidamente, especialmente com a intensificação das campanhas.
Reflexões Finais
O que se desenha na política catarinense é uma disputa acirrada, onde alianças podem se formar e desmoronar a qualquer momento. A presença da família Bolsonaro em várias candidaturas traz um peso significativo, mas também um risco, pois a fragmentação do eleitorado pode levar a surpresas nas urnas. As próximas semanas serão cruciais para entender como essas dinâmicas se desenrolarão e quais estratégias serão adotadas pelos candidatos. A política é um jogo imprevisível, e Santa Catarina está prestes a viver um capítulo importante dessa história.