Protecionismo de Trump derruba exportações dos EUA, diz Lucas Ferraz

Como as Tarifas de Trump Estão Transformando a Indústria Americana: Uma Análise Detalhada

Nos últimos anos, as políticas comerciais adotadas pelo governo dos Estados Unidos, especialmente sob a liderança do ex-presidente Donald Trump, têm sido um assunto de intenso debate e análise. Um dos principais focos tem sido o impacto das tarifas protecionistas na competitividade da indústria americana e, consequentemente, nas exportações do país. Lucas Ferraz, ex-secretário de Comércio Exterior e atual coordenador do Centro de Estudos de Negócios Globais da FGV, trouxe à tona questões cruciais durante sua participação no programa ‘WW Especial’ da CNN.

O Aumento das Tarifas

Ferraz destacou que as tarifas impostas por Trump chegaram a níveis históricos, comparáveis aos da Grande Depressão de 1929. Ele mencionou que, atualmente, a média das tarifas está em torno de 17%, um número que, embora elevado, não conta toda a história. “Nos anos de 1930, a média tarifária americana era de 20%”, afirmou, enfatizando a gravidade da situação.

Tarifa Efetiva vs. Tarifa Nominal

Um ponto interessante levantado por Ferraz é a discrepância entre a tarifa nominal e a tarifa efetiva. Enquanto a primeira é alta, a tarifa efetiva, que considera a arrecadação sobre os valores importados, gira em torno de 10%. Isso sugere que existem manobras por parte das empresas importadoras, que aproveitam exceções e outras estratégias para reduzir o impacto fiscal.

O Impacto na Inflação

Quando questionado sobre como essas tarifas influenciam a inflação nos Estados Unidos, Ferraz explicou que o efeito é retardado. Um dos motivos para isso é que muitas empresas anteciparam importações antes da implementação das tarifas, resultando em estoques elevados. “Essas empresas, aparentemente, evitaram repassar o preço de imediato enquanto o estoque estava alto”, ele comentou.

A Estrutura da Economia Americana

Ferraz também observou que o impacto geral das tarifas é relativamente menor devido à estrutura da economia dos EUA. Com um PIB de US$ 29 trilhões, o comércio representa um grau de importância bem menor em comparação com outras economias. “Os Estados Unidos são fundamentalmente uma economia de serviços”, ele enfatizou.

A Erosão da Competitividade Industrial

No entanto, os efeitos negativos são imediatos no setor industrial. Ferraz notou uma queda nas exportações industriais, o que indica uma perda de competitividade. Ele explicou que, com o aumento nos custos dos insumos importados, os preços dos produtos finais também sobem, tornando as exportações americanas menos atrativas no mercado global.

Impactos em Longo Prazo

“Quando os custos aumentam, as exportações americanas se tornam mais caras e, assim, a competitividade é perdida”, detalhou Ferraz. Ele lembrou que, durante o primeiro mandato de Trump, a guerra comercial teve um impacto muito menor, resultando em uma queda de aproximadamente 8% nas exportações industriais. Com as atuais políticas, ele prevê que a redução será ainda mais acentuada.

Conclusão

Em suma, as políticas tarifárias de Trump têm um efeito profundo e abrangente na economia americana. A análise de Lucas Ferraz revela não apenas os desafios enfrentados pela indústria, mas também as complexidades da economia global interconectada. À medida que as tarifas continuam a moldar o cenário econômico, é vital acompanhar esses desenvolvimentos.

O programa ‘WW Especial’, apresentado por William Waack, é uma fonte valiosa de informações e análises sobre esses e outros temas relevantes. A exibição acontece aos domingos, às 22h, em todas as plataformas da CNN Brasil.

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