Roteirista de “Tremembé” fala à CNN sobre humanização dos criminosos

Tremembé: A Série que Humaniza os Criminosos e Gera Controvérsias

A série Tremembé, que tem como base os livros do jornalista Ullisses Campbell, conquistou rapidamente um lugar entre as cinco mais assistidas da Prime Video. A produção, que explora a vida de criminosos notórios no sistema penitenciário paulista, tem gerado intensos debates sobre a sua abordagem. Os críticos e espectadores se questionam se a série realmente humaniza os personagens ou se, de alguma forma, glamouriza a criminalidade.

Humanização ou Glamourização?

Campbell, o autor por trás da série, tem uma visão clara sobre o que deseja transmitir. Em suas palavras, “não é porque a pessoa cometeu um crime brutal que ela deixa de ser humana”. A série não se limita a mostrar a vida dos detentos em cenários de violência; ela busca mostrar a rotina deles, incluindo momentos como trabalhar, namorar e até jogar futebol. É uma tentativa de mostrar a complexidade do ser humano, mesmo em situações extremas.

Reações dos Detentos

Entretanto, a recepção da série pelos próprios detentos retratados não foi unânime. Cristian Cravinhos, um dos principais personagens, expressou descontentamento com a maneira como seu relacionamento homoafetivo foi representado. Isso levanta um ponto interessante sobre a natureza da representação na mídia. Outro detento também se manifestou, reclamando do ator que o interpretou, revelando um lado narcisista que Campbell observa em alguns prisioneiros. Essas reações mostram que, mesmo dentro do sistema prisional, as questões de identidade e representatividade são complexas e multifacetadas.

O Processo de Pesquisa e Autorização

O trabalho de apuração que sustentou a produção da série não foi simples. Campbell relata que é essencial obter autorização da Justiça para contar essas histórias, e, por já ter um histórico de trabalho reconhecido, isso facilita a obtenção das permissões necessárias. Curiosamente, atualmente, são os próprios detentos que buscam o autor, desejando que suas histórias sejam registradas. Isso demonstra um interesse crescente por parte dos prisioneiros em compartilhar suas narrativas, o que pode ser visto como uma forma de busca por voz e reconhecimento.

Equipe Criativa e Sucesso Comercial

A série Tremembé não é um esforço solitário. Uma equipe de roteiristas, incluindo Vera Egito, Juliana Rosenthal, Thaís Verbe e Maria Isabel Iori, uniu forças com Campbell para trazer à tela as histórias que ele já havia começado a contar em seus livros. O livro Tremembé, Presídio dos Famosos, que deu origem a essa série, está há dez semanas na lista dos mais vendidos, demonstrando que o público está interessado nessas narrativas. O sucesso comercial da obra literária também reflete a curiosidade do público sobre a vida dentro das prisões e a realidade dos criminosos.

Conclusão e Reflexões Finais

Embora a série Tremembé tenha gerado polêmicas e discussões, é inegável que ela levanta questões importantes sobre a vida de pessoas que, muitas vezes, são vistas apenas como criminosos. A produção traz à tona a necessidade de entender a complexidade do ser humano, independentemente de seus erros. A série provoca uma reflexão sobre a sociedade e suas percepções, e isso por si só já é um grande passo. O que resta é acompanhar a evolução da série e como ela continuará a ser recebida pelo público e pelos próprios personagens que ela retrata.

Se você ficou interessado na série Tremembé e deseja saber mais sobre a vida dos detentos, não hesite em conferir os episódios e formar sua própria opinião. A discussão está aberta, e sua voz é importante!



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