COP da participação ou das boas intenções?

Reflexões da COP30: O Desafio da Representatividade e a Voz dos Marginalizados

Participar da COP30 foi uma experiência que me fez refletir profundamente sobre os desafios que permeiam os processos democráticos em todas as suas instâncias. Acredito que um dos principais problemas é a dificuldade em atender às ansiedades dos excluídos desse complexo jogo de poder. A verdade é que todos têm o direito de ser ouvidos, e os anseios das pessoas são variados: vão desde questões pessoais, locais, até nacionais e, finalmente, coletivas. Contudo, a resposta que vem de instâncias de poder muitas vezes se limita a boas intenções, sem ações concretas para transformar essa realidade.

Logo no embarque para Belém, tive uma surpresa que me deixou impressionado. Sentei ao lado do Secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres, em um voo comercial. Essa experiência única me fez perceber que, mesmo em posições de poder, a simplicidade e o carisma podem coexistir. No entanto, ao chegar em Belém, a realidade era bem diferente. A cidade, marcada por intensos protestos indígenas, exibia um forte aparato de segurança que separava claramente os que decidem dos que reivindicam.

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