Gilmar Mendes elogia Jorge Messias: uma nova esperança para o STF?
No último dia 25, em um evento realizado em Roma, o decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, fez declarações bastante positivas sobre Jorge Messias, o advogado-geral da União que foi recentemente indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma cadeira no STF. Mendes destacou que Messias é um profissional “extremamente capaz de dialogar com as instituições”. Essa avaliação é especialmente importante em um momento em que o Brasil enfrenta desafios políticos e diplomáticos significativos, como a crise com os Estados Unidos, que teve início com as tarifas elevadas impostas a produtos brasileiros durante a administração de Donald Trump.
O papel da AGU em tempos difíceis
Durante sua fala, Gilmar Mendes sublinhou a importância da Advocacia-Geral da União (AGU) no manejo desta crise. Ele afirmou que, dentro deste contexto desafiador, Messias se destacou como um interlocutor eficaz do governo. Essa habilidade de comunicação é crucial, especialmente considerando as tensões atuais nas relações internacionais e a necessidade de um diálogo aberto e construtivo entre as diversas partes envolvidas.
A trajetória de Jorge Messias
Mas quem é Jorge Messias? Formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, Messias tem uma carreira marcada pela sua atuação técnica e pela forte ligação com o núcleo político do Partido dos Trabalhadores (PT). Antes de sua ascensão à AGU, ele ocupou cargos significativos, como consultor jurídico dos Ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia entre 2011 e 2012. Em 2015, durante o governo de Dilma Rousseff, ele foi nomeado subchefe para assuntos jurídicos da Casa Civil.
Ele ganhou notoriedade nacional em 2016, quando foi mencionado em um telefonema entre Dilma e Lula, que foi grampeado pela Operação Lava Jato. Nesse diálogo, a ex-presidente se referiu a Messias como “Bessias” e falou sobre um termo que ele entregaria, o que permitiu a Lula assumir um cargo ministerial. Esse episódio o tornou conhecido do público e o consolidou como uma figura leal ao grupo político de Lula e Dilma.
Desafios à frente
Com a recente indicação ao STF, Messias ainda precisa passar pela sabatina na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, além de conquistar o apoio de pelo menos 41 senadores no plenário. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, declarou que a sabatina ocorrerá no “momento oportuno”, enfatizando a importância do respeito aos ritos constitucionais.
Esse processo de confirmação pode ser desafiador, considerando o atual ambiente político do Brasil. A confiança que Mendes deposita em Messias, somada à sua boa relação com outros ministros do Supremo, pode ser um fator decisivo em sua aprovação. A confiança do presidente Lula também é um ativo importante, especialmente em uma época em que a política nacional está repleta de incertezas.
Uma nova era para o STF?
Messias, ao assumir a AGU, trabalhou para consolidar uma reputação de discrição e competência técnica, defendendo os interesses do governo na Justiça. Sua escolha para o STF pode sinalizar uma nova era, não apenas para a AGU, mas também para o próprio Supremo, que enfrenta uma série de desafios à sua autoridade e legitimidade.
Vale notar que Messias também tem se envolvido em iniciativas voltadas para o eleitorado evangélico, como sua participação em vídeos da Fundação Perseu Abramo, onde discutiu as perspectivas de evangélicos que se identificam com o PT. Essa estratégia pode ser vista como uma tentativa de aproximar o partido de um público que, historicamente, tem sido mais conservador.
Conclusão
O futuro de Jorge Messias no STF ainda está por se definir, mas sua trajetória e as opiniões favoráveis de figuras proeminentes, como Gilmar Mendes, indicam que ele pode ser uma escolha promissora para o Supremo. O Brasil passa por uma fase de transformações políticas, e o papel de Messias poderá ser fundamental para navegar por esses tempos turbulentos. Portanto, é importante acompanhar de perto os próximos passos de sua nomeação e as repercussões que isso terá na política nacional.