Após condenação de Bolsonaro, Alexandre de Moraes toma decisão drástica envolvendo Michelle

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a movimentar o noticiário político nesta quarta-feira (26) ao autorizar uma nova visita de Michelle Bolsonaro ao marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que continua detido na Superintendência da Polícia Federal em Brasília desde o fim de semana. A autorização reacendeu comentários nas redes e entre apoiadores, que acompanham cada passo da situação com aquela mistura de curiosidade, tensão e, pra alguns, até indignação.

Essa nova decisão de Moraes chega justamente após a grande repercussão da condenação do ex-presidente, um processo que foi encerrado de forma monocrática pelo próprio ministro e, logo depois, confirmado pela Primeira Turma do STF. O clima político, que já anda quente desde o começo do ano, ficou ainda mais carregado, quase como um déjà vu do caos político de 2022, só que agora com consequências mais pesadas.

A visita de Michelle e a movimentação no STF

No despacho divulgado nesta quarta, Moraes libera que Michelle Bolsonaro visite o marido na quinta-feira (27), dentro do intervalo das 9h às 11h, podendo permanecer com ele por 30 minutos. O documento também menciona a autorização para Jair Renan Bolsonaro, o filho mais novo, fazer sua própria visita, mas separados — nada de visitas em grupo. A regra de duração é a mesma: meia hora cronometrada.

O ministro registrou no despacho: “Defiro a autorização de visita da esposa do réu Michelle de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro […] com duração de 30 (trinta) minutos.” O texto, apesar da formalidade típica do STF, mostra que Moraes está conduzindo cada detalhe do caso com controle rígido, o que tem sido alvo de elogios e críticas, dependendo, claro, de quem comenta.

O pedido de visita foi apresentado justamente no mesmo dia em que Moraes determinou o encerramento da ação penal na qual Bolsonaro foi condenado por supostamente liderar uma tentativa de golpe após o resultado das eleições de 2022. A condenação — que já foi confirmada pela Primeira Turma — estabelece uma pena de 27 anos e três meses, que o ex-presidente deve cumprir na cela especial onde permanece desde sábado. Michelle já tinha visitado o marido no domingo (23), enquanto Flávio e Carlos Bolsonaro estiveram com ele na terça (25).

A prisão de Jair Bolsonaro e o clima em Brasília

A detenção do ex-presidente aconteceu no sábado (22), depois que a Polícia Federal indicou risco real de fuga, acompanhado do alerta de uma possível tentativa de romper a tornozeleira eletrônica. O relatório da PF, que vazou parcialmente, apontava movimentos que levantaram suspeitas — e que teriam levado Moraes a agir rapidamente.

Segundo o ministro, havia indícios de que Bolsonaro pretendia buscar refúgio na Embaixada dos Estados Unidos, que fica a aproximadamente 13 quilômetros de sua residência em Brasília. Essa possibilidade repercutiu muito, até porque reviveu memórias recentes do caso do ex-ministro da Justiça Anderson Torres e da fuga de outros investigados que tentaram se abrigar em representações diplomáticas.

Em Brasília, o clima é de tensão constante. Em frente à PF, alguns apoiadores se revezam em pequenas concentrações, segurando bandeiras, tirando fotos e fazendo transmissões ao vivo, como virou moda desde os protestos de 7 de Setembro. Já no Congresso, parlamentares governistas e oposição trocam farpas, cada um afirmando que o episódio confirma suas próprias narrativas.

A situação, que já era complicada, ganha novos capítulos a cada dia — e a visita de Michelle, ainda que curta, se torna mais um elemento simbólico dentro desse tabuleiro enorme da política nacional.



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