Em 2022, muita gente ficou de boca aberta quando a atriz Claudia Raia apareceu nas manchetes anunciando que estava grávida aos 55 anos. Na época, o assunto explodiu tanto quanto as polêmicas de hoje envolvendo fertilidade tardia — um tema que continua dominando conversas em redes sociais, mesas de jantar e até em podcasts que vivem pipocando nas plataformas. O pequeno Luca, fruto do relacionamento dela com o ator Jarbas Homem de Mello, acabou chegando ao mundo em fevereiro de 2023, cheio de saúde. Mas, mesmo depois do nascimento, a gravidez da artista segue rendendo assunto, especialmente depois das declarações de uma médica em um podcast bem comentado nos últimos dias.
A médica Elizabeth Gallo, convidada da atração, reforçou que a comunidade médica sabia de um procedimento de fertilização no caso de Claudia. Segundo ela, quando a atriz diz que tudo aconteceu de forma espontânea, isso pode gerar uma ideia meio fantasiosa, quase um sonho distante para muitas mulheres que já estão acima dos 45 e ainda tentam engravidar. A apresentadora do episódio, Raquel Guerra, pegou carona na fala e comentou que esse tipo de discurso pode mexer com o emocional de quem já tentou de tudo e ainda não conseguiu realizar o sonho da maternidade. E é verdade: numa época em que a gente vive pressionado por expectativas, ouvir histórias milagrosas pode dar esperança, mas também pode machucar.
Vale lembrar (e isso pesa bastante nessa conversa) que, lá em setembro de 2022, Claudia Raia apareceu no programa Fantástico, da TV Globo, e contou com todas as letras que tinha tentado engravidar antes, usando um tratamento hormonal. Segundo ela, esse processo não deu certo e os profissionais da época até chegaram a dizer que seria praticamente impossível uma gestação natural acontecer. Depois disso tudo, ela resolveu seguir a vida, parar o tratamento, e aí veio a surpresa: descobriu a gestação quase na 10ª semana, sem nenhum sintoma muito chamativo além de um cansaço que ela própria achou que era da rotina puxada.
Na entrevista, Claudia explicou que já fazia mais de três meses que tinha parado de tomar os hormônios quando recebeu a notícia que mudaria tudo. Ela também comentou que, durante o tratamento, os embriões nem chegaram a se formar, o que deixava tudo ainda mais incerto. Por isso, quando soube da gravidez, achou que os médicos iam rir da situação. A atriz contou que chegou a falar que a maternidade tardia parecia um presente inesperado, daquele tipo que o universo manda só pra mostrar que ainda tem umas cartas escondidas na manga.
A verdade é que, entre uma fala aqui e um comentário ali, o assunto vai ganhando camadas. No momento em que debates sobre fertilidade viram pauta até no Congresso — como aconteceu recentemente com projetos que falam sobre acesso a tratamentos reprodutivos no SUS — não é surpresa que um caso famoso como o de Claudia volte a ser discutido. A história dela acaba cruzando com milhares de mulheres que lidam com dúvidas, expectativas e até frustrações nesse caminho cheio de altos e baixos.
No fim das contas, o que fica é que cada corpo tem seu próprio roteiro, e nem sempre as explicações médicas conseguem prever esses capítulos inesperados. Ainda assim, especialistas insistem que é importante ter cuidado ao divulgar certas narrativas. Porque esperança é bom, claro, mas precisa vir junto com informação correta — e, às vezes, com um pézinho na realidade.
