Polícia revela o que teria motivado jovem a entrar na jaula de leoa em zoológico de João Pessoa

A morte do jovem conhecido como “Vaqueirinho”, de apenas 19 anos, no último domingo (30), ainda está repercutindo fortemente na Paraíba e nas redes sociais. O episódio, que terminou de forma trágica depois que ele invadiu o recinto de uma leoa no Parque Arruda Câmara, em João Pessoa, abriu uma enxurrada de dúvidas e especulações sobre o que, de fato, o levou a agir daquela forma.

De acordo com o portal ClickPB, o rapaz não era exatamente desconhecido das autoridades. Pelo contrário: acumulava mais de dez passagens pela polícia, sempre envolvendo pequenos delitos, brigas e situações de descontrole. Quem convivia perto dele comenta que ele vivia “na rua”, andando sem rumo por vários bairros da capital.

Dias antes do ataque fatal, “Vaqueirinho” já tinha sido detido após tentar danificar dois caixas eletrônicos no bairro Mangabeira — região que, inclusive, foi bastante comentada nos últimos meses por causa de discussões sobre segurança pública na Câmara Municipal. Na ocasião, ele foi levado para a Central de Polícia, no bairro do Geisel, mas liberado em seguida depois de assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência, procedimento comum para casos de menor gravidade.

A história, no entanto, não parou ali. Algumas horas depois daquela soltura, o jovem voltou a ser preso. Dessa vez, por apedrejar uma viatura da Polícia Militar bem perto da Central de Flagrantes. O ataque acabou quebrando o vidro dianteiro do veículo e, como era de esperar, gerou uma nova condução dele à delegacia. Mesmo assim, foi solto novamente — sua última liberação, aliás, aconteceu na sexta-feira (28), apenas dois dias antes da invasão ao recinto da leoa.

O que chama atenção agora é o conjunto de imagens que circularam pelas redes sociais e foram gravadas por visitantes do zoológico no momento do incidente. Nos vídeos, é possível ver o jovem escalando uma estrutura lateral com uma agilidade inesperada, quase impulsiva, como se estivesse tomado por algum tipo de desespero ou urgência que ninguém ali conseguiu compreender na hora. Ele ultrapassa as grades de segurança, sobe por uma espécie de muro lateral e desce por uma árvore, ignorando completamente a distância, o risco e todos os avisos de perigo.

Logo depois que alcança a área interna, a leoa, naturalmente assustada e reagindo ao instinto, parte para cima dele. O ataque foi rápido e brutal. A Prefeitura de João Pessoa divulgou uma nota afirmando que tudo aconteceu de forma tão repentina que nenhum funcionário conseguiu intervir a tempo. O texto oficial destaca que o rapaz escalou uma parede de mais de seis metros, ultrapassou duas barreiras de proteção e só então conseguiu chegar ao ponto onde foi atacado.

O caso, claro, abriu discussões sobre saúde mental, abandono social, falhas na proteção do espaço e até mesmo sobre o próprio manejo dos animais. Nas redes, muita gente comentou que o episódio lembra um Brasil que vem lidando com surtos, crises e um sistema de assistência cada vez mais sobrecarregado — reflexo de debates que ganharam força em 2024 e continuam em 2025.

A investigação oficial ainda está em andamento, mas, para muitos, fica a sensação de que “Vaqueirinho” já vinha pedindo ajuda há muito tempo — só que ninguém conseguiu ouvir de verdade.



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