RJ: MP registra novas denúncias contra PMs por ações na Operação Contenção

Novas Denúncias Revelam Irregularidades em Ações Policiais no Rio de Janeiro

No último dia 1º de novembro de 2023, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) fez novas acusações contra policiais do Batalhão de Choque, em decorrência de ações que ocorreram durante a Operação Contenção, realizada em 28 de outubro na Vila Cruzeiro, situada no Complexo da Penha. Essa operação, marcada por uma série de controvérsias, agora é alvo de investigações mais profundas, com base em imagens captadas pelas câmeras corporais dos próprios agentes de segurança.

O que diz a denúncia?

De acordo com a denúncia protocolada, seis policiais estão sendo acusados de diversos crimes, incluindo peculato, violação de domicílio, constrangimento ilegal, roubo e desobediência. Tais acusações não são levianas, pois a apuração indica que esses agentes arrombaram não apenas o portão, mas também portas de duas residências, invadindo os imóveis sem qualquer autorização prévia.

Ação Durante a Operação Contenção

Durante a operação, os policiais foram acusados de revirar cômodos e manter um morador sentado sob ameaça enquanto realizavam buscas. Um aspecto particularmente alarmante é que as imagens gravadas por suas câmeras corporais mostram o momento em que um celular e um fuzil, que haviam sido abandonados por suspeitos em fuga, foram levados pelos próprios agentes. Além disso, foram registradas conversas entre os policiais sobre como desmontar e esconder a arma, o que levanta sérias questões sobre a conduta desses profissionais.

Outras Denúncias e Irregularidades

Além das acusações contra os seis policiais mencionados, uma outra denúncia foi realizada contra um sargento do Grupamento Tático de Ações Rápidas (GAR-RJ). Este sargento é acusado de violação de domicílio e insubordinação. O MPRJ afirma que ele entrou em uma residência sem a devida autorização e ainda descumpriu normas que exigem o uso contínuo das câmeras corporais em áreas sensíveis, conforme determinado por lei estadual e normas internas da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ). A investigação revelou que o equipamento foi desligado ou deslocado em várias ocasiões, o que impossibilitou o registro de horas importantes da operação.

Impacto das Novas Acusações

Com essas novas denúncias, o número total de acusações relacionadas à Operação Contenção subiu para seis, todas apresentadas à Justiça Militar. Outras denúncias já existentes incluem o furto de um fuzil no Complexo do Alemão e de peças de um veículo na Vila Cruzeiro, também documentados por meio das gravações das câmeras corporais. No total, até agora, nove policiais foram denunciados, incluindo os sargentos Diogo da Silva Souza, Eduardo de Oliveira Coutinho, Marcos Vinicius Pereira Silva Vieira e Charles William Gomes dos Santos, assim como o subtenente Marcelo Luiz do Amaral, que foram presos após uma ação da Corregedoria da PM na última sexta-feira.

Próximos Passos e Conclusão

O MPRJ já solicitou a prisão preventiva dos outros policiais investigados e continua analisando as imagens coletadas para identificar possíveis irregularidades adicionais. Essa situação levanta um debate mais amplo sobre a conduta das forças de segurança no Rio de Janeiro e a importância de se garantir que as operações policiais sejam realizadas dentro dos limites da lei e dos direitos humanos.

Em suma, o que estamos vendo é uma chamada para que as instituições que deveriam proteger a população ajam de forma ética e respeitosa, garantindo que os direitos de todos sejam preservados. A sociedade está atenta e exige respostas.



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