O cantor Amauri Prudêncio de Lima, conhecido no meio sertanejo como Mauri Lima, deixou uma lacuna difícil de explicar. Ele era irmão de Chitãozinho e Xororó, além de parceiro de palco de Maurício por mais de três décadas — uma vida inteira dentro da música. A notícia da morte dele, que aconteceu neste domingo (07/12), caiu como um choque em todo mundo que acompanha a cena sertaneja. Mauri se envolveu num acidente gravíssimo na Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), ali perto de Miracatu, no interior de São Paulo, trecho que, infelizmente, já ficou conhecido pelos constantes problemas e acidentes recentes.
A dupla, formada também por outro dos irmãos, tinha 35 anos de história, shows por todo canto do país, participações em especiais de TV e aqueles clássicos que sempre aparecem em playlists de quem gosta de sertanejo raiz. Muita gente do meio comenta que eles eram, digamos, quietos, mas firmes: sempre presentes, sempre entregando. E talvez por isso tanta gente tenha sentido como se tivesse perdido um parente próximo ao saber da tragédia.
Segundo a Autopista, concessionária responsável pelo trecho, o acidente aconteceu no km 372,7, sentido São Paulo, envolvendo um caminhão, uma caminhonete e a van da equipe dos músicos. Para quem costuma viajar pela BR-116, especialmente após as reformas anunciadas em 2024 — reformas que muita gente ainda acha que não resolveram quase nada —, a notícia trouxe novamente aquele debate sobre segurança na estrada.
O que se sabe sobre o acidente
Além de Mauri, um integrante da equipe também perdeu a vida. Outras seis pessoas ficaram feridas: cinco com machucados moderados e uma com lesões leves. A assessoria de Chitãozinho e Xororó informou que Maurício, que estava junto na van, não sofreu ferimentos graves e está fisicamente bem, embora, claro, abalado emocionalmente.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) explicou que tudo começou com uma batida traseira entre a van e um caminhão. Era um veículo grande, carregado, e a van, que transportava nove passageiros além do motorista, acabou atingindo a traseira do caminhão. Mais tarde, a equipe de Mauri e Maurício contou que o motorista teria sofrido um mal súbito, o que fez ele perder totalmente o controle do veículo. Essa hipótese ainda está sendo investigada, mas é a que mais faz sentido até agora.
Quem já teve algum parente nessa situação sabe o quanto é rápido: um instante de desatenção, um mal-estar repentino, e a vida muda de lado. E considerando que o grupo vivia na estrada — agenda cheia no fim de ano, um compromisso atrás do outro —, tudo fica ainda mais doloroso.
A última postagem de Mauri
Depois que a tragédia ganhou espaço nas redes e nos portais de notícia, muita gente voltou para o perfil de Mauri. A última publicação dele acabou emocionando geral: uma foto simples, verdadeira, ao lado da esposa, que tinha acabado de completar aniversário. Ele escreveu:
“Noite linda, e com pessoas queridas no niver da minha esposa.”
A frase, do jeito dele, sem muita firula, acabou ganhando outro peso. Era o registro de alguém feliz, vivendo um momento doméstico e tranquilo, poucas horas antes de tudo acontecer.
Alguns fãs comentaram lembrando que, na semana passada, Mauri tinha falado sobre novos projetos para 2025, inclusive sobre alguns shows especiais que fariam em homenagem aos 45 anos de carreira dos irmãos mais famosos, Chitãozinho e Xororó. Agora, essas ideias ficam suspensas, talvez transformadas em homenagens futuras.
A morte de Mauri Lima deixa um vácuo na música sertaneja, mas também acende aquele alerta sobre as condições das estradas brasileiras — tema que, sinceramente, parece nunca sair das manchetes. E, no meio disso tudo, fica a lembrança de um artista simples, trabalhador, que dedicou a vida inteira à música e que se despediu deixando uma última foto feliz, que agora vira memória para sempre.
