Morre Haroldo Costa, ator e escritor, aos 95 anos

A Vida e Legado de Haroldo Costa

Haroldo Costa, um dos nomes mais icônicos da cultura brasileira, faleceu no último sábado, dia 13, aos 95 anos. A notícia foi divulgada pela sua família em um post no Instagram, onde também informaram que em breve mais detalhes sobre o velório e o sepultamento seriam disponibilizados. Infelizmente, a causa da morte não foi revelada, deixando amigos e admiradores em luto pela perda de um grande artista.

Início de Vida e Influências

Nascido no dia 13 de maio de 1930, no Rio de Janeiro, Haroldo era filho de Eurides e Luiz Costa. Sua infância, no entanto, foi marcada por uma tragédia precoce: sua mãe faleceu quando ele tinha apenas dois anos. Isso o levou a passar boa parte de sua juventude em Maceió, Alagoas, onde desenvolveu um profundo apreço pela cultura local, muito influenciada pelas festividades folclóricas. Esses eventos festivos foram cruciais para o crescimento do seu amor pela arte e pela atuação.

A volta para o Rio de Janeiro, que aconteceu quando Haroldo tinha cerca de dez anos, também significou o início de outra paixão: o carnaval. Ele se recorda de ouvir as músicas carnavalescas pelo rádio, o que despertou nele uma vontade de se envolver ainda mais com essa tradição cultural.

Carreira Teatral

Antes de se tornar um nome reconhecido nos palcos, Haroldo Costa trabalhou como balconista em uma livraria. O seu ingresso no mundo teatral aconteceu de forma inesperada. Em um depoimento ao Museu da Pessoa, ele compartilhou que recebeu um panfleto sobre alfabetização para adultos, que o levou ao Teatro Experimental do Negro. Haroldo foi para ajudar no ensino, mas o destino lhe reservava outro caminho. Durante um ensaio, um ator não compareceu e ele foi convidado a ler a parte do personagem Peregrino na peça O Filho Pródigo, de Lúcia Cardoso. Esse momento foi decisivo para sua carreira.

Ao longo dos anos, Haroldo participou de diversas montagens teatrais, incluindo clássicos como O Pagador de Promessas e Xica da Silva. Ele também foi um dos fundadores do Grupo dos Novos, que buscava renovar a forma de se fazer teatro no Brasil. Com o tempo, o grupo mudaria de nome para Teatro Folclórico Brasileiro, e posteriormente para Brasiliana, buscando uma identidade menos acadêmica para suas apresentações.

Transição para a Literatura e Carnaval

Além de seu trabalho no teatro, Haroldo Costa também se destacou como escritor. Seu primeiro livro, Fala, Crioulo, foi publicado em 1982 e coletava depoimentos de diversas pessoas negras sobre a realidade brasileira, refletindo sua visão crítica sobre a chamada democracia racial. De acordo com ele, o livro nasceu de um desejo de expor a verdadeira face da sociedade, além de dar voz a quem muitas vezes era silenciado.

Haroldo também era um apaixonado pelo carnaval. Ele escreveu importantes obras sobre o tema, como 100 Anos de Carnaval no Rio de Janeiro, publicada em 2001. Seu conhecimento e amor pelo carnaval o levaram a ser nomeado presidente de honra da Academia Brasileira de Artes Carnavalescas, além de ter um laço especial com a escola de samba Salgueiro desde 1963.

Contribuições para a Televisão

Na televisão, Haroldo Costa fez sua marca como diretor de programas icônicos, como Musicalíssima e Dercy Espetacular. Ele também atuou em novelas de sucesso na Rede Manchete e na Globo, participando de minisséries como Chiquinha Gonzaga e Subúrbia.

Legado Duradouro

Recentemente, em maio, Haroldo celebrou seus 95 anos com diversas homenagens, reafirmando a importância de sua trajetória. Até os últimos dias de sua vida, ele continuou a compartilhar suas experiências e conhecimentos sobre arte e carnaval, participando de entrevistas e discussões. Seu legado permanece vivo, inspirando novas gerações de artistas e amantes da cultura brasileira. Para aqueles que desejam conhecer mais sobre sua vida, ainda é possível assistir a entrevistas dele disponíveis no YouTube.

O impacto de Haroldo Costa na cultura brasileira é inegável, e sua história serve de inspiração para todos que desejam seguir seus passos nas artes. Que sua memória continue a brilhar, assim como ele fez ao longo de sua vida.



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