Justiça cassa mandato de vereador de BH por irregularidades na campanha

Vereador Leonardo Ângelo tem diploma cassado por irregularidades financeiras em campanha

Nesta terça-feira, dia 16, a Justiça Eleitoral tomou uma decisão impactante ao determinar a cassação do diploma do vereador Leonardo Ângelo, que faz parte do partido Cidadania. A razão para tal ação foi o impulso de sua campanha eleitoral através de uma “estrutura financeira paralela e ilegal”. Segundo as investigações, isso teria sido financiado com recursos que não foram declarados e, além disso, de fontes vedadas.

Contexto da Cassação

O caso remete a um cenário mais amplo, onde o vereador Ângelo teria se beneficiado de campanhas de candidatos a cargos maiores, como Mauro Tramonte, do partido Republicanos, e Luisa Barreto. Informações indicam que esses candidatos teriam contribuído com recursos para o material da campanha e até mesmo para o combustível utilizado por Ângelo. Este processo ainda permite que sejam apresentados recursos, mas o impacto inicial da decisão já é significativo.

Consequências para o Vereador

Além da cassação do diploma, Leonardo Ângelo foi declarado inelegível por um período de oito anos, que se inicia a partir da eleição do ano anterior. Isso significa que ele não poderá concorrer a cargos eletivos durante esse intervalo. Outra medida determinada foi a anulação dos 6.156 votos que ele recebeu durante a eleição, o que sem dúvida impacta a composição da câmara municipal.

Decisão da Justiça e Evidências Apresentadas

A decisão da Justiça destacou que o conjunto probatório reunido demonstrou de forma clara a existência de uma robusta estrutura de campanha paralela. Em documentos obtidos pela Itatiaia, o juiz enfatizou que essa estrutura foi financiada pelas candidaturas de Tramonte e Luísa, atuando de maneira decisiva em favor de Ângelo. Os depoimentos dos coordenadores de campanha foram cruciais, pois detalharam a sistemática ilícita que foi empregada durante o processo eleitoral.

Defesa de Leonardo Ângelo

O vereador, por sua vez, se defende das acusações, alegando que sua participação nas campanhas ocorreu de maneira voluntária. Ele ainda argumenta que suas contas, assim como as de Mauro Tramonte, foram aprovadas pela Justiça Eleitoral, o que reforça sua posição de inocência. A decisão que culminou na cassação foi uma resposta a uma ação movida por seu suplente, conhecido como Reinaldinho, do partido PSDB, que contestou a validade dos votos recebidos por Ângelo.

Impacto da Decisão

As implicações dessa decisão são profundas. A gravidade das condutas foi ressaltada, com o juiz destacando que o volume de recursos não declarados era superior a 300% do total de gastos que foram oficialmente informados. Isso conferiu à campanha de Ângelo um alcance desproporcional em relação aos seus concorrentes, o que é considerado uma violação grave da normalidade e legitimidade do processo eleitoral.

Como resultado, a diferença de 1.080 votos entre Ângelo e Reinaldinho realça o potencial que o dinheiro oculto teve para alterar o resultado da eleição. Portanto, a Justiça considerou que a normalidade do pleito foi irremediavelmente comprometida.

Reflexões Finais

Essa situação levanta questões importantes sobre a integridade das eleições no Brasil. A utilização de recursos não declarados e a existência de estruturas financeiras paralelas são práticas que comprometem a democracia e a confiança do eleitor. É fundamental para a saúde do sistema eleitoral que haja transparência e responsabilidade financeira por parte dos candidatos. O caso de Leonardo Ângelo serve como um alerta sobre a importância de se manter a ética nas campanhas eleitorais, garantindo que todos os candidatos joguem conforme as regras.

Assim, a sociedade deve acompanhar de perto os desdobramentos dessa decisão e refletir sobre a necessidade de reformas que possam prevenir tais situações no futuro. A participação cidadã e o controle social são essenciais para que possamos construir um sistema político mais justo e igualitário.



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