A apresentadora Sonia Abrão resolveu sair do silêncio e comentar, sem muito rodeio, a atitude de Zezé Di Camargo em relação ao SBT. A fala aconteceu na última terça-feira, dia 16 de dezembro, durante uma entrevista ao programa Selfie Service, comandado por Lucas Selfie no YouTube. O assunto, claro, já vinha rendendo comentários nos bastidores da TV e também nas redes sociais, onde tudo vira debate em questão de minutos.
O estopim da polêmica foi o pedido feito por Zezé para que o SBT não exibisse seu tradicional especial de fim de ano. O motivo? A presença de autoridades do atual governo, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no lançamento do SBT News. Para muita gente, foi uma reação inesperada. Para outras, só mais um reflexo do clima pesado de polarização política que o Brasil vive faz tempo, especialmente depois de tudo o que aconteceu nos últimos anos.
Logo no começo da conversa, Sonia Abrão deixou claro que, na visão dela, Zezé ultrapassou uma linha. Segundo a apresentadora, o cantor saiu do campo artístico e entrou num terreno ideológico que não precisava ser explorado daquela forma. Ela avaliou que a atitude acabou inflamando ainda mais um público que já anda dividido, sensível e pronto pra brigar por qualquer coisa, seja na TV ou no X (antigo Twitter).
Mas o ponto que mais incomodou Sonia foi uma expressão usada por Zezé Di Camargo ao falar do SBT. Para ela, dizer que a emissora estaria “se prostituindo” foi pesado demais. Sonia classificou a fala como exagerada, desnecessária e fora de tom. Na opinião dela, esse tipo de declaração só gera mais desgaste, principalmente quando se trata de uma emissora que sempre manteve uma relação institucional com diferentes governos ao longo da história.
Em outro momento da entrevista, Sonia Abrão foi ainda mais direta e questionou a lógica por trás da decisão do sertanejo. Visivelmente irritada, ela afirmou que não fazia sentido tentar barrar o próprio especial por causa de divergências políticas. “Não tinha motivo pra tudo isso, né, gente… Não é quem ele quer como presidente, aí pega e diz ‘não vai passar meu especial’. É tão infantil isso”, disparou a apresentadora, sem tentar amenizar o tom.
A veterana da TV também lembrou que o SBT, assim como outras emissoras, opera sob concessão pública. Ou seja, faz parte da rotina convidar autoridades para eventos institucionais, ainda mais no lançamento de um canal de notícias. Segundo Sonia, isso não significa apoio político automático, mas sim uma prática comum no meio televisivo brasileiro, algo que sempre existiu e provavelmente vai continuar existindo.
Ela ainda ressaltou que misturar arte, política e decisões comerciais costuma dar problema. Para Sonia, o artista até pode ter opinião, e isso é normal, mas quando essa opinião interfere diretamente em acordos profissionais, o risco de desgaste é grande. E foi exatamente isso que aconteceu nesse caso, na visão dela.
O episódio envolvendo Zezé Di Camargo mostra, mais uma vez, como qualquer movimento vira combustível para discussões acaloradas no Brasil atual. Em pleno fim de ano, quando o público espera música, entretenimento e um pouco de leveza, a situação acabou tomando um rumo totalmente diferente. Sonia Abrão, com sua experiência de décadas na televisão, deixou claro que, para ela, tudo isso poderia ter sido evitado com um pouco mais de maturidade e bom senso.