Marido ateia fogo na própria mulher, que morre com 99% do corpo queimado

Tragédia em Marechal Deodoro: O Impacto do Feminicídio em Nossa Sociedade

Na manhã de terça-feira, dia 16, a cidade de Marechal Deodoro, localizada na Região Metropolitana de Maceió, foi marcada por um ato de violência extrema que chocou a todos. Isabela Cristina dos Santos Calado, uma mulher de apenas 35 anos, faleceu no Hospital Geral do Estado (HGE) após sofrer queimaduras de primeiro e segundo grau em cerca de 99% do seu corpo. O responsável por essa tragédia foi seu próprio marido, Wagner dos Santos Rodrigues, que, segundo relatos, cometeu o ato insano de atear fogo na esposa.

O Caso

De acordo com informações fornecidas pela Polícia, o crime ocorreu na noite anterior, em 15 de outubro. Isabela e Wagner estavam em casa, consumindo bebidas alcoólicas, quando tiveram uma discussão. Em um momento de descontrole, Wagner jogou um líquido inflamável sobre Isabela enquanto estavam deitados e, em seguida, acendeu o fogo. Após o incêndio, Isabela conseguiu escapar do quarto, pulou para o quintal e pediu ajuda aos vizinhos. Os bombeiros, ao chegarem, conseguiram resgatá-la e a levaram ao hospital, mas, infelizmente, ela não resistiu aos ferimentos. Wagner, por outro lado, ficou no quarto e morreu carbonizado.

A Escalada do Feminicídio

Infelizmente, essa não é uma história isolada. Um levantamento realizado pelo Instituto Sou da Paz revela uma alarmante realidade: os casos de feminicídio estão em ascensão, especialmente na capital de São Paulo. A pesquisa mostrou que um em cada quatro feminicídios ocorridos no estado foi registrado na capital, com um aumento de 23% nos casos entre janeiro e outubro de 2025 em comparação ao mesmo período de 2024. E os números são ainda mais assustadores quando observamos o aumento de 71% em relação a 2023.

  • 67% dos feminicídios ocorrem dentro da residência da vítima.
  • Mais da metade dos casos envolve o uso de armas brancas ou objetos contundentes.

Esses dados alarmantes nos mostram que a violência contra a mulher não é apenas um problema individual, mas um reflexo de uma sociedade que ainda luta para superar a cultura de machismo e a impunidade.

Reflexões sobre o Fenômeno

Adriana Liporoni, coordenadora das Delegacias de Defesa da Mulher em São Paulo, enfatiza que o feminicídio é frequentemente o resultado de agressões contínuas. É importante notar que a tipificação do feminicídio, que foi criada em 2015, ajudou a melhorar o registro e a compreensão desses crimes, mas não é suficiente. Um aumento das notificações pode ser atribuído a uma combinação de fatores, incluindo a escalada dos conflitos em relacionamentos e a crescente conscientização sobre a violência de gênero.

A realidade é que, mesmo com leis mais rigorosas, a resposta estatal ainda enfrenta desafios significativos. Liporoni destaca que o grande obstáculo está na prevenção e na capacidade de identificar os primeiros sinais de um ciclo de violência. Reconhecer esses sinais é crucial para interromper a escalada antes que ela chegue a um ponto extremo.

O Papel da Sociedade

Para que possamos efetivamente combater essa epidemia de violência, é essencial que haja uma mudança cultural. A maioria dos feminicídios é cometida por parceiros ou ex-parceiros dentro do ambiente doméstico, o que requer uma abordagem diferente em comparação a outros crimes. Malu Pinheiro, do Instituto Sou da Paz, defende que é fundamental ampliar os serviços de acolhimento e suporte, proporcionando segurança para que as mulheres possam romper vínculos abusivos.

O impacto desses crimes é devastador e deve ser tratado com a seriedade que merece. Profissionais que lidam com cenas de violência frequentemente relatam o horror do que veem. A fotógrafa técnico-pericial Telma Rocha, com mais de 30 anos de experiência, compartilha que as cenas de mulheres queimadas, espancadas e mutiladas não saem de sua mente. Ela menciona que o que mais a afeta são os ferimentos de defesa, sinais de que a vítima tentou lutar pela sua vida.

Conclusão

A história de Isabela é um lembrete doloroso da realidade enfrentada por muitas mulheres. É um chamado à ação para que todos nós possamos buscar formas de prevenir a violência de gênero e apoiar as vítimas. Se você ou alguém que você conhece está em uma situação de risco, não hesite em buscar ajuda. Ligue 180 ou acione a Polícia Militar pelo 190. Juntos, podemos construir uma sociedade mais justa e segura para todos.



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