O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, virou, nos últimos meses, o alvo preferencial da velha mídia corporativa e de setores graúdos do sistema financeiro. Isso não aconteceu por acaso. Moraes passou a ocupar o centro do tabuleiro político depois das condenações impostas ao núcleo bolsonarista envolvido na tentativa de golpe de Estado. A partir daí, deixou de ser apenas um operador institucional e passou a incomodar interesses que vão muito além da política partidária.
Não se trata aqui de sair em defesa de uma suposta “reação do Estado” ou de transformar o ministro em herói. O ponto é outro. O que se vê é um movimento antigo, quase automático, em que personagens do sistema são expostos publicamente no exato momento em que deixam de ser úteis a interesses econômicos e editoriais bem definidos. A história brasileira, aliás, está cheia desses exemplos.