Lula tem desaprovação maior que aprovação, aponta pesquisa

Um novo levantamento divulgado nesta segunda-feira (29) pelo instituto Paraná Pesquisas mostra que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua enfrentando mais rejeição do que apoio entre os brasileiros. De acordo com os números, 50,9% dos entrevistados disseram desaprovar a atual gestão federal, enquanto 45,6% afirmaram aprovar o governo. Na prática, isso revela um cenário de divisão, mas com leve vantagem para o lado crítico.

O dado chama atenção porque praticamente repete o resultado registrado em novembro. Naquele mês, a desaprovação também foi de 50,9%, enquanto a aprovação chegou a 45,9%. Ou seja, de um mês para o outro, quase nada mudou. Para analistas políticos, essa estagnação nos índices pode indicar uma dificuldade do governo em conquistar novos apoios, especialmente em um período marcado por debates sobre economia, gastos públicos e articulações no Congresso.

Quando o assunto é a avaliação mais detalhada da gestão, os números ficam ainda mais duros para o Planalto. Apenas 12,9% dos entrevistados classificam o governo Lula como ótimo, enquanto 19,8% consideram a administração boa. Somados, esses índices mostram que pouco mais de um terço da população avalia positivamente o governo, o que é um sinal de alerta para qualquer presidente em exercício.

Do outro lado, a avaliação negativa pesa. Segundo a pesquisa, 34,8% dos eleitores dizem que o governo é péssimo, e outros 8% o classificam como ruim. Esses números refletem um sentimento de frustração de parte da população, que esperava mudanças mais rápidas ou resultados mais visíveis, principalmente em áreas sensíveis como custo de vida, segurança e geração de empregos. Já a opção “regular” aparece com 23,1%, mostrando que há também um grupo que não vê o governo nem como desastre, nem como sucesso.

Um dado curioso é que 1,4% dos entrevistados não souberam responder ou preferiram não opinar. Apesar de parecer pouco, esse percentual costuma ser observado com atenção por especialistas, pois pode indicar desinteresse, cansaço político ou até descrédito geral na classe política, algo que vem se repetindo nos últimos anos.

A pesquisa ouviu 2.038 eleitores em 163 municípios espalhados pelos 26 estados e pelo Distrito Federal, entre os dias 18 e 22 de dezembro. O grau de confiança é de 95%, com margem de erro de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. Em outras palavras, trata-se de um retrato considerado confiável do humor do eleitorado brasileiro neste fim de ano.

O momento político não é simples. Enquanto o governo tenta avançar em pautas econômicas e manter diálogo com o Congresso, enfrenta críticas constantes da oposição e cobranças de aliados. Além disso, temas como inflação, juros, programas sociais e reformas continuam no centro das discussões, tanto em Brasília quanto nas redes sociais, onde a polarização segue forte.

No fim das contas, os números da Paraná Pesquisas indicam que Lula ainda não conseguiu virar o jogo da opinião pública. A base de apoio existe, mas não cresce, enquanto a rejeição se mantém firme. Para o governo, 2026 ainda está longe, mas os sinais dados agora servem como um termômetro importante. Resta saber se, nos próximos meses, haverá alguma mudança concreta capaz de alterar esse cenário ou se a insatisfação continuará no mesmo patamar.



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