A OceanGate, organização responsável pelo submarino Titan, que sofreu uma implosão fatal resultando na perda de cinco vidas, possui em seu website de expedições a divulgação de duas viagens ao Titanic em 2024. A primeira expedição está programada para acontecer entre os dias 12 e 20 de junho do próximo ano, enquanto a segunda está agendada para ocorrer entre os dias 21 e 29 de junho.
De acordo com o anúncio, a passagem para essas viagens tem o valor de US$ 250 mil (aproximadamente R$ 1 milhão) e inclui:
Um mergulho submersível;
Acomodações privadas;
Todos os treinamentos necessários;
Equipamento de expedição;
Todas as refeições a bordo
O valor, porém, exclui hotéis e refeições antes da partida, além de seguro de viagem e pessoal. O portal norte-americano TMZ obteve um documento que isenta a responsabilidade da empresa por possíveis acidentes.
Conforme indicado no contrato obtido pelo TMZ, ao embarcar na viagem que conduz aos destroços do Titanic e tem duração aproximada de oito dias, os membros da tripulação são obrigados a assinar o termo: “Eu reconheço que me inscrevi voluntariamente para participar de uma expedição submersível organizada pela OceanGate Expeditions”.
A embarcação tem uma capacidade máxima de seis pessoas, normalmente composta por um piloto e cinco indivíduos. A jornada se estende por oito dias, sendo os dois primeiros a bordo de um navio maior que transporta os passageiros até o local do naufrágio.
O percurso tem início na costa de Newfoundland (conforme indicado no mapa abaixo), no Canadá, e se estende por 600 km pelo Oceano Atlântico. Uma vez no local, o submersível requer aproximadamente oito horas para completar o passeio completo (incluindo o retorno à superfície) até os destroços, que estão situados a uma profundidade de 3.800 metros.
O portal de notícias G1 contatou a empresa em questão para obter confirmação sobre as viagens programadas para o próximo ano, porém, até a publicação deste artigo, não obteve resposta.
De acordo com informações fornecidas pela OceanGate, um total de 18 expedições foram planejadas para o local do naufrágio em 2023. Infelizmente, na primeira expedição deste ano, ocorrida após o incidente em que cinco pessoas desapareceram, a empresa conseguiu vender as viagens após obter sucesso em mergulhos realizados nos anos de 2021 e 2022.
A expedição turística para visualizar os destroços do Titanic a bordo de um submarino desapareceu no Oceano Atlântico em 18 de junho. Na última quinta-feira (22), a Guarda Costeira dos Estados Unidos confirmou que a embarcação sofreu uma implosão, resultando na perda de todas as vidas a bordo.
Submarino Titan: OceanGate tem dívida milionária e pode fechar as portas após acidente, diz economista
Segundo Felipe Pontes, sócio da consultoria financeira L4 Capital, a OceanGate, empresa responsável pelo submarino Titan, enfrenta a possibilidade de encerrar suas operações devido à incapacidade de quitar suas dívidas. Essa afirmação surge após o trágico incidente ocorrido na semana passada, no qual o submarino implodiu durante um passeio aos destroços do Titanic, resultando na perda de cinco vidas.
De acordo com o executivo, a credibilidade da empresa foi “irreversivelmente perdida” devido ao acidente e às indicações de que a companhia negligenciou certos padrões básicos de segurança, inclusive com relatos sobre a demissão, em 2018, de um diretor que levantou questionamentos acerca da segurança do submersível.
Felipe Pontes expressou sua opinião, afirmando que há uma alta probabilidade de a OceanGate encerrar suas atividades, alertando que uma possível insolvência, juntamente com processos e multas, poderia levar a empresa a solicitar falência por meio do Capítulo 11.
De acordo com informações fornecidas pela CrunchBase, uma plataforma que aborda transações comerciais, a OceanGate realizou uma captação de recursos em 2020. Nessa ocasião, a empresa de turismo promoveu uma rodada de investimentos – um método pelo qual as empresas obtêm financiamento para iniciar ou expandir seus negócios – e conseguiu arrecadar US$ 19,3 milhões (aproximadamente R$ 92,2 milhões).
Fonte: G1