4 exames de sangue muito importantes para a saúde do coração – conheça

Quando realizamos um exame de sangue de rotina para avaliar a saúde do coração, os primeiros resultados que geralmente conferimos são os níveis de colesterol, que indicam o risco de aterosclerose e, consequentemente, de infarto, e a hemoglobina glicada, que sinaliza o risco de desenvolver diabetes tipo 2, um fator de risco cardiovascular bem conhecido.

Os cinco exames clássicos avaliados são colesterol, glicemia (níveis de açúcar no sangue), peso corporal ou medida da cintura (para determinar obesidade), hipertensão arterial e, mais recentemente, a qualidade e duração do sono.

No entanto, existem outros indicadores importantes para a saúde cardíaca que muitas vezes são negligenciados, mas podem ser úteis para determinar mudanças no estilo de vida ou até abordagens clínicas para prevenção. Esses incluem colesterol não-HDL, creatinina, enzimas hepáticas (TGO e TGP) e lipoproteína (a), conhecidos como “fatores de risco cardiovascular emergentes”.

Entenda abaixo a importância de cada um deles:

1 – Colesterol não-HDL

O colesterol é um tipo de gordura essencial para o funcionamento do nosso organismo quando está em níveis adequados. Os exames de sangue normalmente calculam o colesterol total e suas frações: LDL (colesterol ruim) e HDL (colesterol bom). O exame de colesterol não-HDL é simplesmente a medida do colesterol total subtraída do HDL.

Esse indicador tem ganhado mais importância do que os níveis isolados de LDL porque existem outros fragmentos que também podem aumentar o risco cardiovascular e que não aparecem explicitamente nos exames de sangue.

2 – Lipoproteínas

A lipoproteína (a), abreviada como Lp(a), é uma partícula presente no sangue semelhante ao LDL, que se acumula nas artérias e aumenta o risco cardiovascular. Trata-se de um fator genético, e não relacionado ao estilo de vida, com uma estrutura específica única.

A American Heart Association (AHA) estima que cerca de 1 em cada 5 pessoas em todo o mundo tem níveis elevados de lipoproteína (a). Estudos recentes mostram que a Lp(a) está associada independentemente ao risco aumentado de doenças cardiovasculares, além dos fatores tradicionais como colesterol alto, hipertensão e diabetes. Portanto, a medição da Lp(a) pode ser crucial para identificar pessoas com risco elevado de doenças cardiovasculares.

Até recentemente, essa molécula não era medida. Agora, o exame está disponível e recomenda-se que a lipoproteína (a) seja medida pelo menos uma vez na vida de um adulto para estimar o risco cardiovascular, especialmente para aqueles com forte histórico familiar. Como a Lp(a) é determinada geneticamente, não existem intervenções para reduzi-la, mas ela serve como um importante marcador de risco ao longo da vida do paciente.

3 – Creatinina

O nível de creatinina, um resíduo formado pela digestão de proteínas, é um marcador da função renal e um exame bastante comum, embora não seja amplamente utilizado na análise de risco cardiovascular. A monitoração da função renal é extremamente importante para avaliar a saúde do coração.

As trocas entre o coração e os rins são frequentes. Pacientes com problemas cardíacos podem ter problemas renais, e vice-versa. Aqueles com problemas cardiovasculares têm de três a quatro vezes mais risco de desenvolver complicações renais.

4 – Enzimas hepáticas (TGO e TGP)

Os testes para as enzimas hepáticas TGO e TGP podem indicar função hepática prejudicada ou depósitos de gordura prejudiciais no fígado. Essas enzimas refletem a saúde do fígado e são particularmente importantes devido à esteatose hepática não alcoólica, conhecida como gordura no fígado. Esse acúmulo de gordura é um distúrbio metabólico significativo que está cada vez mais associado a riscos cardíacos.