A Polícia Federal faz buscas e apreensão em endereço de Bolsonaro e prende coronel Mauro Cid

A Polícia Federal prendeu, nesta quarta-feira (3), o ex-ajudante de ordem de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, em Brasília. Ele está sendo levado para a sede da PF. Essa prisão faz parte da Operação Venire, deflagrada nesta quarta, que investiga a prática de crimes na inserção de dados falsos sobre vacinação contra Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde (sistemas SI-PNI e RNDS).

A operação Venire é mais um capítulo das investigações em curso no Brasil que buscam desvendar crimes relacionados à pandemia de Covid-19. Desde o início da crise sanitária, a corrupção tem sido uma das principais preocupações das autoridades brasileiras. Com o país enfrentando uma crise de saúde pública sem precedentes, a ação de criminosos tem dificultado ainda mais a luta contra a doença.

Nesse sentido, a Operação Venire é uma importante iniciativa da Polícia Federal no combate à corrupção no sistema de saúde brasileiro. A inserção de dados falsos sobre a vacinação contra Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde é uma prática criminosa que prejudica não só o combate à pandemia, mas também a credibilidade das informações que são divulgadas para a população.

A prisão do ex-ajudante de ordem de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, é um acontecimento que chama a atenção da imprensa e da sociedade brasileira. Cid ocupou um cargo de confiança no governo federal e, por isso, sua prisão tem um peso simbólico importante. Além disso, a operação da PF também realizou busca e apreensão em um endereço ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro em Brasília, o que aumenta ainda mais o interesse da mídia no caso.

A operação da PF não se limitou apenas à prisão de Mauro Cid e à busca e apreensão na casa do ex-presidente Bolsonaro. A ação também resultou na prisão de Max Guilherme e Sérgio Cordeiro, assessores de Bolsonaro que trabalhavam no Planalto. No total, seis mandados de prisão já foram cumpridos. Eles estão no âmbito do inquérito das milícias digitais, do STF (Supremo Tribunal Federal).

A investigação das milícias digitais é outro ponto importante das investigações em curso no Brasil. O uso de redes sociais para disseminar desinformação e atacar adversários políticos tem sido uma prática recorrente no país. A prisão dos assessores de Bolsonaro demonstra que as autoridades brasileiras estão atentas a esse tipo de crime e que estão agindo para coibir essa prática.

Apesar de Mauro Cid ter um depoimento à PF previsto para 9h desta quarta-feira (3) sobre o caso das joias dadas ao governo brasileiro pela Arábia Saudita, os mandados não estão relacionados a esse caso. Essa é uma informação importante para esclarecer que a operação da PF não tem relação com outros casos em investigação no país.

De acordo com a CNN, tanto a filha quanto a esposa de Mauro Cid estão sob investigação da Polícia Federal. Uma fonte da PF informou à CNN que a filha do presidente Bolsonaro, Laura Bolsonaro, teve dados falsos inseridos em sua carteira de vacinação contra Covid-19. A investigação da PF sugere que o objetivo do grupo era manter a coesão em relação às suas pautas ideológicas, especificamente sustentar o discurso contra a vacinação contra a Covid-19.

A PF está cumprindo um total de 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva em Brasília e no Rio de Janeiro, além de analisar o material apreendido durante as buscas e realizar entrevistas com pessoas que possam ter informações relevantes sobre o caso. Segundo a PF, as inserções falsas, que ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, alteraram a verdade sobre um fato juridicamente relevante, ou seja, a condição de imunização contra a Covid-19 dos beneficiários. Isso permitiu que essas pessoas emitissem certificados de vacinação e os usassem para burlar as restrições sanitárias em vigor, destinadas a impedir a propagação da doença.

Consequentemente, os fatos investigados configuram os crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.