O acidente que vitimou Claudinho, da famosa dupla Claudinho e Buchecha, deixou uma marca emocional profunda em todo o Brasil. No fatídico dia 13 de julho de 2002, Claudinho, cujo nome real era Cláudio Rodrigues de Mattos, perdeu a vida aos jovens 26 anos em um trágico acidente de carro na Rodovia Presidente Dutra, enquanto retornava de um show. Naquela época, a dupla estava no auge de sua carreira, com hits como “Só Love,” “Nosso Sonho,” e “Quero te Encontrar” conquistando o coração dos fãs.
Após mais de duas décadas, a história desses artistas icônicos se transformou em um filme chamado “Nosso Sonho,” onde Lucas Penteado e Juan Paiva deram vida aos amigos que se tornaram um fenômeno nacional.
A trajetória de Claudinho, que nasceu em São Gonçalo em 14 de novembro de 1975, e sua amizade de infância com Claucirlei, o Buchecha, culminou no sucesso com o “Rap do Salgueiro,” o primeiro hit que lhes rendeu um contrato com a Universal Music. A partir desse ponto, a dupla vendeu milhões de cópias e lançou seis álbuns de sucesso.
No dia do acidente, Claudinho e Buchecha estavam em turnê para promover o seu 6º álbum, “Vamos Dançar” (2002), com um show marcado na cidade de Lorena, São Paulo. Claudinho manifestou sua relutância em fazer o show, o que preocupou Buchecha. No entanto, ele concordou em ir, mas optou por viajar em seu carro particular, deixando Buchecha pensativo sobre seu comportamento.
O destino trágico se abateu sobre eles na descida da Serra das Araras, perto de Seropédica, Rio de Janeiro, enquanto chovia intensamente. O carro derrapou e colidiu com uma árvore, resultando na morte instantânea de Claudinho. O secretário da dupla, Ivan Crespo Manzieri, que dirigia o veículo, ficou gravemente ferido.
O velório de Claudinho ocorreu no Memorial do Carmo, no cemitério do Caju, no Rio de Janeiro. A despedida atraiu uma multidão de pelo menos 1500 pessoas na noite de 13 de julho, tornando-se necessário o auxílio da polícia para controlar a confusão e permitir que o corpo fosse retirado da capela.
O momento emocionante e tumultuado culminou com o sepultamento de Claudinho no 5º andar do cemitério vertical. Enquanto o corpo estava sendo sepultado com um atraso de uma hora, os fãs presentes cantavam “Nosso Sonho,” um dos primeiros sucessos da dupla. Buchecha foi visto chorando e sendo apoiado por amigos, enquanto a filha de Claudinho, Vanessa, relatou que pediu ao pai que não viajasse para o show, um comportamento fora do comum para ela, como se estivesse pressentindo o trágico destino.
Após o acidente, a viúva de Claudinho, Vanessa Alves Ferreira, moveu um processo contra Ivan e a concessionária da rodovia Nova Dutra. Ivan foi absolvido pela Justiça local, mas a concessionária foi condenada a pagar indenizações por danos causados ao veículo e uma pensão mensal para Vanessa até seus 70 anos. Além disso, uma multa substancial foi imposta à empresa.
O filme “Nosso Sonho” retrata essa triste história sob a perspectiva de Buchecha, incluindo sua fase depressiva após a perda de Claudinho e a importância de sua família em sua recuperação. A trágica partida de Claudinho deixou uma marca indelével na história da música brasileira, lembrando-nos da efemeridade da vida e da importância de celebrar os talentos que nos encantam.