Na tarde de segunda-feira (10), uma tragédia abalou Vila Velha. A vendedora Carla Gobbi Fabrete, de 25 anos, foi brutalmente assassinada dentro da loja onde trabalhava, localizada na região da Glória. O autor do crime, identificado como Wenderson Rodrigues, de 30 anos, foi preso pouco depois do ocorrido. No momento da prisão, ele tentou tirar a própria vida, ferindo-se com a própria faca.
O crime, por si só, já seria impactante, mas novos detalhes vêm à tona e aumentam a perplexidade. Cerca de uma hora e meia antes de atacar Carla, Wenderson já havia entrado em outra loja, mas, naquele momento, nada fez. A atitude do suspeito antes do assassinato levanta questões sobre seu estado emocional e suas intenções ao longo do dia.
Antes do ataque: comportamento suspeito
Imagens de segurança analisadas pela TV Vitória/Record mostram que Wenderson entrou em um estabelecimento às 14h47, vestindo uma camisa do Vasco, bermuda vermelha, chinelos e boné. Ele chegou a sorrir para duas mulheres que estavam no local, caminhou pelo ambiente e observou os produtos expostos. Depois de alguns minutos, saiu sem interagir muito.
Esse detalhe chama atenção porque, mais tarde, às 16h13, Wenderson retornou ao Polo de Modas da Glória, dessa vez sem camisa e acompanhado de um cachorro na coleira. Foi nesse momento que entrou na loja onde Carla trabalhava e cometeu o crime.
A trajetória da vítima no comércio
Carla era uma jovem batalhadora. Desde cedo, dedicou-se ao comércio da Glória, onde trabalhava há mais de dez anos. Nos últimos meses, havia começado na loja onde foi assassinada. Quem a conhecia descreve uma mulher dedicada, sorridente e sempre pronta para atender os clientes com atenção.
A dinâmica do crime foi registrada por câmeras de segurança. As imagens mostram Wenderson levando Carla para os fundos da loja, onde, fora do alcance das câmeras, desferiu os golpes fatais. A motivação ainda não está clara, e a polícia segue investigando o que pode ter levado Wenderson a cometer o crime de forma tão brutal.
Quem era Wenderson Rodrigues?
O nome de Wenderson Rodrigues não era desconhecido na região. Ele ficou conhecido por vender doces em semáforos vestido de Homem-Aranha e Super-Homem, uma estratégia que lhe rendeu atenção e simpatia. Para muitos, ele era apenas mais um trabalhador tentando ganhar a vida de forma criativa, mas sua história escondia um passado conturbado.
Apesar da visibilidade, a família de Carla afirma que ela não conhecia Wenderson e que nenhum parente tinha qualquer relação com ele. Isso reforça a tese de que o crime pode ter sido um ato impulsivo, sem um vínculo prévio entre vítima e agressor.
O que aconteceu dentro da loja?
Testemunhas e comerciantes vizinhos especulam que Wenderson pode ter entrado na loja pedindo para usar o banheiro. Carla, cumprindo seu papel de vendedora prestativa, teria indicado o caminho. Nesse momento, ao sair do campo de visão das câmeras, foi atacada.
O que se sabe até agora é que Wenderson não demonstrava agressividade antes do crime. No entanto, o fato de ter passado por outra loja antes, sem cometer nenhuma violência, levanta questionamentos sobre sua real intenção ao longo do dia.
Agora, o caso segue nas mãos da polícia e da Justiça. Enquanto isso, a família de Carla enfrenta uma dor irreparável, tentando entender o que levou à perda precoce de uma jovem cheia de sonhos e que, até aquele dia, apenas cumpria sua rotina de trabalho.