A angústia tomou conta da família de Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, que desapareceu na noite da última quarta-feira (26) em Cajamar, na Grande São Paulo. Momentos antes de sumir, a jovem enviou áudios para uma amiga demonstrando medo e preocupação. Agora, a polícia trabalha para desvendar o que aconteceu.
Os últimos momentos antes do sumiço
Vitória trabalhava em um restaurante dentro de um shopping na região. Após encerrar seu expediente, seguiu a pé até o ponto de ônibus para voltar para casa. Foi nesse curto trajeto que algo estranho aconteceu. Em mensagens de voz enviadas a uma amiga, ela relatou ter sido assediada por ocupantes de um carro que passou ao seu lado:
“Passou os cara no carro e eles falou: ‘E aí, vida? Tá voltando?’. Ai, meu Deus do céu, vou chorar. Vou mexendo no celular, não vou nem ligar pra eles.”
Minutos depois, a adolescente parecia um pouco mais aliviada, acreditando que o perigo havia passado:
“Ah, deu tudo certo. Eles entraram pra dentro da favela. Saiu até lágrima dos meus zóio agora. Nossa, até me arrepiei.”
Mas o medo persistia. Vitória revelou à amiga que, diante de situações de perigo, ficava paralisada, sem saber como reagir:
“Acontece essas coisas eu não consigo correr. Eu paraliso. Eu não sei o que eu faço. Eu não consigo correr. Eu fico parada.”
A conversa continuou, e a adolescente mencionou dois jovens que estavam no ponto de ônibus com ela, mas tentou tranquilizar a amiga:
“Tá de boa. Eles tavam no ônibus, só que nenhum deles desceu no mesmo ponto que eu. Então tá de ‘boaça’. Não tem problema nenhum.”
Depois disso, silêncio. Vitória não mandou mais nenhuma mensagem, não atendeu ligações e não foi mais vista.
Polícia analisa mensagens e imagens de câmeras de segurança
A Polícia Civil de Cajamar está investigando todas as pistas possíveis. Os áudios e prints das mensagens enviadas pela jovem já estão sob análise, e os investigadores tentam identificar os homens que estavam nos carros e os dois jovens mencionados no ponto de ônibus.
Além disso, câmeras de segurança registraram o momento em que Vitória deixou o shopping e caminhou até o transporte público. Nas imagens, o carro descrito por ela aparece circulando pela área. Testemunhas também relataram ter visto um outro veículo parado no ponto onde a adolescente desembarcou, já próximo de casa.
Família descarta fuga e acredita em sequestro
Os parentes de Vitória estão desesperados e não acreditam que ela tenha fugido de casa por vontade própria. Giullya Oliveira Bazan Cruz, cunhada da jovem, afirmou que a família está convencida de que a adolescente foi levada por alguém.
“Achamos que sim, que pegaram ela.”
O pai da adolescente, Carlos Alberto de Sousa, fez um apelo emocionado durante uma entrevista à TV Globo:
“Eu só faço um apelo pra quem tiver notícias dela mandar a notícia.”
Ao lado dele, a mãe de Vitória, Sandra Regina Alves de Sousa, também pediu ajuda para encontrar a filha.
Celular rastreado em Campinas
Uma nova pista surgiu com o rastreamento do celular da jovem. Segundo a polícia, o último sinal do aparelho foi detectado próximo à região de Campinas, no interior de São Paulo. Equipes de busca estão analisando essa informação para entender se Vitória foi levada para outra cidade.
Paralelamente, agentes da Guarda Civil Municipal (GCM) de Cajamar continuam as buscas na região onde testemunhas dizem tê-la visto pela última vez. A área, de mata fechada, tem sido vasculhada com o auxílio de cães farejadores.
Polícia segue com depoimentos e investigação
O caso está sendo tratado como prioridade pelo 1º Distrito Policial de Cajamar. Familiares, amigos e o namorado de Vitória já foram ouvidos. Além disso, um ex-namorado da adolescente também deverá prestar depoimento para esclarecer se tem alguma informação que possa ajudar na investigação.
A Secretaria de Segurança Pública informou, por meio de nota, que todos os esforços estão sendo feitos para localizar a jovem e esclarecer os fatos.
Enquanto isso, a família e amigos seguem angustiados, esperando por uma notícia que traga respostas sobre o paradeiro de Vitória. Quem tiver qualquer informação pode entrar em contato com o Disque Denúncia pelo telefone 181. O anonimato é garantido.