Apostadores usaram ao menos R$ 1,4 milhão jogando no destino dos tripulantes do submersível Titan, diz site

 

Jogadores online desconsideraram a ética ao fazerem apostas que renderam milhares de dólares, apostando contra a sobrevivência da tripulação do submersível Titan, que havia desaparecido em 18 de junho e acabou implodindo, resultando na morte dos cinco ocupantes da embarcação.

Segundo o site “Mother Jones”, as pessoas apostaram pelo menos US$ 300 mil (cerca de R$ 1,4 milhão) utilizando a plataforma criptográfica Polymarket, especulando sobre o destino do submersível da OceanGate, que implodiu enquanto se dirigia aos destroços do Titanic, no Atlântico Norte.

As regras do mercado de apostas foram estabelecidas na descrição da página, que afirmou: “Para os propósitos deste mercado, a embarcação não precisa ser resgatada ou recuperada fisicamente para ser considerada ‘encontrada'”.

Um jogador conhecido como Rich relatou ao site que havia ganhado aproximadamente US$ 3.250 (R$ 15,6 mil) com suas apostas, argumentando que isso era moralmente defensável.

“Os mercados são inerentemente imorais. Não há consumo ético no sistema capitalista”, justificou-se.

Entretanto, os usuários das redes sociais não concordaram com essa visão. “Absurdo. Imagina ganhar dinheiro com a possibilidade de alguém viver ou morrer”, protestou um usuário do Twitter. “Nossa espécie está perdida”, indignou-se outro. “A humanidade está se deteriorando a cada dia. É surreal apostar dinheiro real na vida das pessoas”, escreveu um terceiro.

– Se as famílias (dos tripulantes) tivessem acesso à Polymarket, elas poderiam usar o mercado como uma forma de obter a probabilidade imparcial e em tempo real de o submarino ser recuperado – afirmou um porta-voz da Polymarket. – Esse é um serviço muito mais valioso para eles do que a cobertura sensacionalista da mídia: com nossos mercados, pelo menos, eles entendem as verdadeiras probabilidades – acrescentou.

PAI E FILHO QUE MORRERAM EM SUBMARINO QUASE PERDERAM A VIAGEM

Durante a última semana, os acontecimentos relacionados ao caso do submersível que desapareceu ao levar cinco pessoas aos destroços do Titanic ganharam destaque global. Em 22 de junho, foi confirmado não apenas a descoberta dos restos do veículo, mas também o falecimento da tripulação.

Entre os ocupantes estava o bilionário Shahzada Dawood e seu filho Suleman. Em uma entrevista ao The New York Times, Christine, esposa e mãe das vítimas, desabafou sobre a expedição que terminou em tragédia com a implosão do submersível no Oceano Atlântico.

Ela revelou que a jornada começou com contratempos, incluindo um voo atrasado e outro cancelado. Segundo Christine, a família viajou até Toronto no dia 14 do mês passado. Em seguida, o voo planejado para St. John’s, na província de Newfoundland, no Canadá, foi cancelado. No dia seguinte, outro voo sofreu atrasos, o que levou a família a temer que perdessem a expedição.

“Na verdade, estávamos muito preocupados, pensando, ‘Meu Deus, e se eles cancelarem esse voo também?'”, compartilhou Christine em sua entrevista ao New York Times, conforme relatado pelo Yahoo Internacional.

Refletindo sobre tudo o que aconteceu, Christine revelou que, olhando para trás, ela gostaria que o voo também tivesse sido cancelado: “Com certeza, em retrospecto, eu gostaria que isso tivesse acontecido”.

Durante sua primeira entrevista após a tragédia, concedida à BBC, Christine revelou que inicialmente ela e seu marido planejaram a expedição em um momento diferente. No entanto, a viagem foi cancelada devido à crise de saúde causada pela pandemia de covid-19. “Então, eu dei um passo atrás e dei a eles espaço para Suleman, porque ele realmente queria ir”, explicou ela.