A apresentadora Dane Taranha passou por uma cirurgia de remoção das mamas, ovários e útero para tratar uma mutação que aumentava o risco de desenvolver o câncer, mesmo antes de receber o diagnóstico da doença. Como resultado, sua condição foi tratada com sucesso.
A comunicadora e apresentadora da 89 FM, Dane Taranha, tem um histórico familiar de câncer de mama. Consciente disso, submeteu-se a um teste genético que confirmou a presença da mutação BRCA, indicando um alto risco de desenvolver tumores. Com essa informação em mãos, ela escolheu realizar uma cirurgia preventiva, reconhecendo que a probabilidade de um tumor surgir era considerável, uma decisão que ela mesmo descreveu como uma questão de tempo.
Após passar por uma única intervenção cirúrgica, ela optou por remover simultaneamente as mamas, os ovários e o útero. No entanto, a surpresa veio à tona após a realização da biópsia: evidenciou-se a presença de câncer em ambas as mamas. Isso implica que sua decisão preventiva acabou sendo uma medida de tratamento antecipado para enfrentar o tumor.
Dane compartilhou durante uma entrevista ao Terra que os tumores eram de tamanho bastante reduzido e estavam ocultos no tecido mamário. De fato, eles não foram inicialmente identificados durante revisões médicas. A detecção só aconteceu graças à realização da biópsia, levando-a a expressar sua sorte por ter feito essa descoberta.
Apesar de ter passado por exames de raio-x, ressonância, ultrassom e mamografia, nenhum desses procedimentos conseguiu identificar o tumor em seu estágio inicial. Agora, compartilhando sua experiência, a apresentadora tem como objetivo alertar outras mulheres sobre a vital importância da prevenção. A própria Dane foi inspirada por sua mãe e pela atriz Angelina Jolie a tomar essas medidas de prevenção.
Ambas realizaram o teste genético com o propósito de averiguar a presença do gene BRCA. A situação da atriz norte-americana ganhou atenção global no ano de 2013, já que, assim como Dane, ela também escolheu passar por uma cirurgia preventiva como medida de precaução.
“Eu estive ao lado de mulheres que enfrentaram o câncer de mama, incluindo minha madrasta e uma amiga. Compreendo profundamente os desafios e as incertezas que isso acarreta. Todas elas me transmitiram a mesma mensagem: ‘priorize a prevenção'”, enfatiza a apresentadora.
Dane também se autodescreve como alguém que coloca a saúde e o bem-estar em primeiro lugar. Ela incorpora atividade física à sua rotina de forma consistente, participa de sessões de terapia e mantém um acompanhamento médico regular.
Aos 41 anos de idade, Dane compartilha que tem realizado mamografias desde os 35 anos de idade, seguindo a recomendação para mulheres com seu histórico familiar. Essa atenção à saúde justifica sua decisão de investir R$ 1,7 mil em um teste genético não coberto pelo plano de saúde. Antes de optar pelo exame, ela pesquisou preços e qualidade, escolhendo uma opção que pudesse ser dividida em até 10 parcelas.
Após receber o resultado, foram apresentadas apenas duas opções: realizar exames periódicos a cada seis meses ou se submeter à cirurgia. Na época, o médico a aconselhou a aguardar antes de tomar uma decisão.
“Vamos aguardar até se aproximar dos 50 anos de idade, porque se optarmos por remover os ovários agora, você entrará na menopausa, o que considero desnecessário”, foi o conselho oferecido pelo profissional que ela consultou no ano passado. Ficou definido que ela aguardaria. No entanto, no início deste ano, Dane enfrentou uma mastite na mama direita. Essa condição, caracterizada por uma inflamação na glândula mamária, é mais frequente em mulheres durante a fase de amamentação, embora também possa ocorrer em outras situações.
Esse acontecimento foi interpretado por Dane como o indicativo que ela estava aguardando para seguir com o procedimento. Mesmo assim, a escolha não foi simples para a apresentadora.
“Será que é o momento certo para eu passar pela cirurgia? Isso implica abrir mão da possibilidade de ter filhos biológicos e entrar na menopausa aos 41 anos”, refletia. “Mesmo que eu nunca tenha desejado ser mãe, é surpreendente quando você se depara com a perspectiva de não poder fazê-lo. Isso levanta discussões sobre machismo e patriarcado, enquanto eu tento compreender onde termina uma preocupação pessoal e onde começa uma questão social.”
No final das contas, o fator determinante mesmo foi o seu estado atual de sua saúde física e sua saúde mental, além da capacidade de arcar com um plano de saúde de qualidade. Portanto, Dane optou pela cirurgia, que teve duração aproximada de cinco horas.