Artista é investigada por usar crânio humano para fazer bonecas infantis
Uma investigação policial está em andamento envolvendo uma artista dos Estados Unidos que supostamente adquiriu um crânio humano para usar na fabricação de bonecas infantis, as quais foram vendidas através das redes sociais.
De acordo com as autoridades locais, Katrina Maclean, de Salem, Massachusetts, teria adquirido os restos humanos de forma ilegal, provenientes do ex-gerente do necrotério da Escola de Medicina da Universidade de Harvard, Cedric Lodge.
Maclean é proprietária de uma loja chamada “Kat’s Creepy Creations”, que comercializa bonecas infantis com um estilo gótico. Embora ela alegue que suas obras são impactantes e perturbadoras, recebendo críticas de muitos.
Além disso, em outubro de 2020, a artista supostamente adquiriu rostos dissecados por US$ 600 (aproximadamente R$ 2.890 na cotação atual) com a intenção de utilizá-los em couro.
De acordo com o promotor Gerard M. Karam, “alguns crimes desafiam nossa compreensão”. Ele ressalta que “o roubo e o comércio de partes humanas atingem a própria essência do que nos torna humanos”.
As autoridades locais suspeitam que essa atividade ilegal, ocorrida ao longo de aproximadamente cinco anos (2018 a 2022), faça parte de uma ampla rede de tráfico de restos humanos.
Caso sejam considerados culpados, cada um dos acusados pode ser sentenciado a até 15 anos de prisão.
‘Comprava branca e pintava para ficar pretinha’, diz artesã que faz bonecas de pano pretas
Com mechas marrom, cabelo preto com cores vibrantes, tranças em meninas e meninos, o ateliê da senhora Armicinha, localizado no bairro Cidade Continental, na Serra, região metropolitana de Vitória, oferece uma variedade de bonecas, todas elas negras.
“A minha especialidade são as bonecas negras. Abandonei o que fazia anteriormente e decidi me dedicar ao empreendedorismo com bonecas negras”, compartilhou a artesã Armicinha Leone.
Há 15 anos, Armicinha se encantou pelas bonecas de pano. Inicialmente, ela começou a produzir bonecas brancas para doação. No entanto, em um determinado momento, decidiu criar versões negras e as levou para um asilo.
Ao recordar sua própria dificuldade em encontrar bonecas negras para sua filha, Armicinha percebeu a importância desse problema. Sua filha, fruto de uma união entre uma mãe negra e um pai branco, sentia-se diferente.
“Eu não conseguia encontrar bonecas negras. O pai dela procurava nas lojas porque queria dar uma boneca para ela, mas não tinha sucesso. Eu comprava bonecas brancas e as pintava com tinta de tecido, café, qualquer coisa para deixá-las com a pele negra, para presentear minha filha, porque não encontrávamos na loja”, explicou Armicinha.
No entanto, a dificuldade que Armicinha enfrentou ao procurar uma boneca negra para sua filha, há 30 anos, ainda persiste. Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) em 2020 revelou que, a cada 100 bonecas vendidas no Brasil, apenas sete são negras.
De acordo com especialistas, mesmo crianças pequenas já percebem as diferenças raciais, e isso afeta suas vidas ao longo do tempo.
“Nós percebemos que a criança negra, que tem cabelo mais liso, loiro e olhos azuis, chama mais atenção e recebe mais carinho dos adultos, e isso é sentido constantemente pela criança [negra]”, afirmou Jacyara Silva de Paiva, presidente da comissão de cotas da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
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