Bauducco cancela a campanha com Juliette e Duda Beat após acusação de plágio

A Bauducco, uma das marcas mais reconhecidas no cenário alimentício, tomou uma decisão surpreendente recentemente, cancelando abruptamente uma campanha publicitária que contava com a participação das artistas Juliette e Duda Beat. O motivo desse cancelamento foi uma acusação de plágio relacionada à música “Magia Amarela,” que fazia parte da campanha.

Denominada “Magia Amarela,” a música da campanha foi acusada de plagiar o projeto “AmarElo,” uma criação de Emicida, um renomado rapper brasileiro que ganhou um Grammy. A semelhança entre as duas músicas se tornou objeto de controvérsia, abalando o mundo da publicidade e da música brasileira.

A campanha da Bauducco tinha como propósito celebrar a cor amarela, que se tornou icônica e parte integrante da identidade visual da marca, presente em suas embalagens e comunicações por mais de três décadas. A ideia por trás da campanha era unir conceitos historicamente propagados, como família, união, encantamento e comunhão. Ela pretendia reforçar a assinatura já conhecida das campanhas da marca, que diz: “Um sentimento chamado Família.”

Contudo, as alegações de plágio surgiram devido a diversas semelhanças percebidas entre “Magia Amarela” e a obra de Emicida. Essas semelhanças incluíam elementos da identidade visual, como a fonte usada, a cor amarela e até mesmo a conexão entre as palavras “amor” e “elo.”

A Bauducco prontamente se defendeu, explicando que a tipografia usada na campanha era a mesma que já havia sido utilizada em embalagens e campanhas anteriores da marca. A empresa também enfatizou que a participação de Juliette e Duda Beat, as artistas que deram voz à música, se limitava à interpretação da canção e que elas não estavam envolvidas na criação da campanha.

No entanto, a polêmica ganhou força quando Evandro Fióti, CEO da Lab Fantasma e irmão de Emicida, expressou sua indignação em uma live no Instagram. Fióti desabafou sobre o ocorrido, afirmando que o trabalho que ganhou um Grammy havia sido roubado conceitualmente. Ele destacou o sentimento de ódio que essa situação gerava e a vontade de “botar fogo em tudo.”

Fióti também esclareceu que a música de Juliette e Duda Beat estava relacionada a um reposicionamento da marca Bauducco. A Lab Fantasma, empresa de Fióti, havia negociado com a marca, mas não chegou a um acordo devido a questões de cronograma, prazos e verba.

Embora Evandro Fióti tenha evitado mencionar nomes na live inicialmente, ele posteriormente compartilhou uma publicação que afirmava que a marca em questão era a Bauducco. Fióti assegurou que seu objetivo não era criar ódio em relação às cantoras envolvidas, Juliette e Duda Beat, mas sim explicar o contexto da apropriação e do plágio, bem como denunciar a falta de ética que, em sua maioria, envolvia pessoas brancas nesse mercado.

Essa controvérsia se desdobrou ainda mais quando a assessoria de Juliette emitiu uma nota oficial, explicando que a música fazia parte de uma campanha publicitária e que a cantora havia sido contratada apenas como intérprete. A equipe de Juliette estava em contato com os responsáveis pela criação e produção da campanha para esclarecimentos adicionais.

Duda Beat também divulgou uma nota, embora a tenha apagado posteriormente. Nessa nota, ela reiterou que havia sido contratada pela Bauducco unicamente para interpretar a canção ao lado de Juliette. Ela esclareceu que não teve qualquer envolvimento criativo na concepção da campanha, na identidade visual, na letra ou na produção musical da música.

A surpresa veio quando Duda Beat mencionou que ela e sua equipe haviam notado a semelhança com o conceito artístico do projeto AmarElo. No entanto, eles acreditavam que havia consentimento por parte dos idealizadores da campanha, uma vez que o nome de um dos autores, Felipe Vassão, estava vinculado ao escopo do projeto. No entanto, a exclusão de Vassão como autor do jingle não havia sido informada a eles, o que deixou Duda Beat e sua equipe perplexos.

Dessa forma, o caso da campanha “Magia Amarela” da Bauducco, Juliette e Duda Beat se tornou um exemplo de como as fronteiras entre criação artística e publicidade podem ser complexas e, por vezes, controversas. A controvérsia também ressaltou a importância de questões éticas e de consentimento no mundo da música e da publicidade, levando a discussões aprofundadas sobre apropriação e plágio nesse contexto específico.