Bebê morre de hipertermia após ser esquecida em carro

Um triste incidente abalou a comunidade da Flórida, nos Estados Unidos, quando uma bebê de apenas 18 meses perdeu a vida após ser deixada dentro de um carro estacionado ao ar livre por cerca de oito horas. Os pais da criança, Joel e Jazmine Rondon, foram detidos e acusados de “homicídio involuntário agravado de um menor de idade”, de acordo com informações divulgadas pelas autoridades locais na quinta-feira, dia 6.

O incidente ocorreu em 4 de julho, Dia da Independência dos Estados Unidos. Joel e Jazmine, ambos com 33 anos, haviam retornado tarde da noite de uma festa em Lakeland e deixaram a criança presa à cadeirinha no banco traseiro do carro. Somente às 11 horas da manhã do dia seguinte, o pai percebeu que a menina não estava em casa e iniciou uma busca desesperada, encontrando-a dentro do veículo, sob um “calor extremo” para aquele momento do dia, como relatado pelo escritório do xerife do condado de Polk em comunicado.

Em pânico, Joel Rondon retirou a criança, ainda presa à cadeirinha, levou-a para dentro de casa e, em seguida, juntamente com a esposa, dirigiu-se ao Lakeland Regional Health Medical Center. Infelizmente, os médicos não puderam fazer nada para reanimar a bebê. A autópsia revelou que a temperatura interna do corpo da criança atingiu 104,4 graus Fahrenheit (40,02 graus Celsius), resultando em hipertermia, a causa de sua morte.

O xerife Grady Judd declarou que o carro estava estacionado ao ar livre, sem estar em uma garagem, debaixo de uma árvore ou à sombra. A investigação indicou que a temperatura interna do veículo pode ter variado entre 130 e 170 graus Fahrenheit (entre 54 e 76 graus Celsius) naquele momento.

Além do claro descuido, as autoridades também revelaram que os pais testaram positivo para álcool e maconha, substâncias que haviam consumido na festa. Além disso, Joel Rondon também testou positivo para metanfetamina. Esses resultados levantaram preocupações adicionais sobre o estado dos pais e seu possível envolvimento no acidente.

Dois dos outros filhos do casal foram entregues a parentes mais próximos pelas autoridades, enquanto o Departamento de Crianças e Famílias da Flórida iniciou uma investigação.

Infelizmente, esse episódio não é um caso isolado. Deixar uma criança dentro de um veículo exposto ao calor é uma situação de alto risco, resultando em inúmeras mortes por hipertermia nos Estados Unidos. Desde 1998 até hoje, dados da organização No Heat Stroke indicam que ocorreram 950 mortes por insolação em crianças em veículos.

Apenas neste ano, foram registradas dez mortes de crianças por hipertermia nos Estados Unidos, incluindo o trágico caso da menina em Lakeland. No ano de 2022, esse número chegou a 33 mortes.

Os estados mais afetados por esse tipo de acidente são o Texas, com 138 casos entre 1998 e 2022, seguido pela Flórida, com 102 casos, e pela Califórnia, com 56 casos, de acordo com as estatísticas da No Heat Stroke.

Essas estatísticas alarmantes destacam a necessidade de conscientização e educação contínuas sobre os perigos de deixar crianças desacompanhadas em veículos. Em climas quentes, como o da Flórida, a temperatura interna de um carro pode subir rapidamente, alcançando níveis letais em questão de minutos. Mesmo em condições mais amenas, a temperatura dentro de um veículo pode ser significativamente mais alta do que a do ambiente externo.

Os pais e cuidadores devem ser responsáveis por garantir a segurança e o bem-estar de suas crianças em todas as circunstâncias. É fundamental que sejam tomadas medidas preventivas, como verificar sempre o banco traseiro antes de sair do veículo, utilizar alarmes e lembretes visuais para evitar esquecimentos, e nunca deixar uma criança sozinha em um carro, mesmo que por um curto período.

Além disso, é importante destacar a necessidade de educar a sociedade como um todo sobre os riscos e consequências dessas situações. Campanhas de conscientização podem ajudar a informar as pessoas sobre os perigos da hipertermia em veículos e incentivar a adoção de medidas de segurança adequadas.