Bolsonaro passa por endoscopia e terá tratamento médico intensificado, entenda

Na manhã desta quarta-feira (2), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi submetido a uma endoscopia no Hospital DF Star, em Brasília. De acordo com o boletim médico divulgado pela unidade, os exames apontaram um quadro preocupante de esofagite intensa, com inflamações, erosões na mucosa do esôfago e ainda uma gastrite moderada. A situação de saúde do ex-chefe do Executivo continua exigindo cuidados constantes.

A equipe médica responsável optou por intensificar o tratamento com medicamentos, que já vinha sendo realizado há algum tempo, mas que agora precisou ser ajustado diante da piora dos sintomas. Os médicos também orientaram Bolsonaro a cumprir repouso absoluto durante o mês inteiro de julho — uma recomendação que ele mesmo confirmou em suas redes sociais mais cedo.

“Vou parar tudo neste mês, ficar quieto mesmo. Tô mal”, teria dito Bolsonaro a aliados próximos, segundo apuração de bastidores. O ex-presidente vinha enfrentando crises recorrentes de soluços e episódios de vômitos, sintomas que, segundo ele, estão atrapalhando até para conseguir falar em público. O mal-estar começou a se agravar nas últimas semanas, o que levou ao cancelamento de agendas políticas e encontros marcados.

Esse novo momento de fragilidade física, como o próprio Bolsonaro costuma lembrar, teria raízes no atentado que sofreu durante a campanha presidencial de 2018, quando levou uma facada em Juiz de Fora (MG). Desde então, ele já passou por ao menos sete cirurgias, algumas delas bem complexas, que deixaram sequelas e exigem monitoramento contínuo. Recentemente, ele também enfrentou um quadro de pneumonia viral, que foi tratado com antibióticos.

No último dia 1º de julho (terça-feira), Bolsonaro cancelou um encontro com parlamentares e correligionários do Partido Liberal (PL), que aconteceria na sede da sigla, em Brasília. Ele justificou sua ausência com uma breve mensagem encaminhada aos políticos presentes: “Por exigência médica, não irei ao PL nesta terça-feira. Crise de soluços e vômitos me impedem de falar. Obrigado. Jair Bolsonaro”.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também se manifestou nas redes. Ela compartilhou uma nota assinada pelos médicos Claudio Birolini, cirurgião geral, e Leandro Echenique, cardiologista. No comunicado, os profissionais reforçaram a necessidade de repouso absoluto e detalharam a condição do paciente:

“Comunicamos que o Sr. Jair Messias Bolsonaro permanecerá em repouso domiciliar durante o mês de julho, com o objetivo de garantir a completa recuperação de sua saúde após cirurgia extensa e internação prolongada, episódio de pneumonia e crises recorrentes de soluços, que dificultam a sua fala e alimentação”.

Com a agenda política suspensa por tempo indefinido, a expectativa dentro do PL é que Bolsonaro retorne somente no segundo semestre. Internamente, aliados demonstram preocupação, mas evitam falar em afastamento definitivo. Até porque, mesmo sem mandato, Bolsonaro segue como uma das principais figuras do campo conservador, e sua presença é considerada estratégica para as eleições municipais deste ano.

Resta saber se a saúde vai permitir que ele esteja de volta às ruas até setembro, quando o partido planeja reforçar suas bases pelo Brasil. Por ora, o ex-presidente segue recolhido — e o PL, em compasso de espera.