O caso envolvendo Maicol Sales dos Santos, de 27 anos, está ganhando destaque, especialmente depois de sua defesa ter pedido à Justiça um habeas corpus para que ele responda pelo assassinato de Vitória Regina de Souza, uma adolescente de 17 anos que foi encontrada morta em uma área de mata em Cajamar, na Grande São Paulo. O crime tem gerado muita repercussão, e a defesa de Maicol acredita que ele não deveria continuar preso durante a investigação.
No pedido feito à Justiça, os advogados de Maicol levantaram pontos que consideraram problemáticos nos depoimentos dados por outros investigados no caso. Um desses pontos envolve o ex-namorado da vítima, Gustavo Vinícius, que teria dito, em depoimento, que não via Vitória há meses. No entanto, a defesa aponta que a polícia, com base em rastreamento de telefones, teria encontrado o ex-namorado perto de onde a jovem foi vista pela última vez, o que contradiz a versão dele.
Além disso, os advogados de Maicol destacaram que ele se apresentou espontaneamente à polícia, o que, segundo eles, deveria ser levado em conta. Ele também teria oferecido seu veículo para perícia três vezes, algo que, segundo a defesa, não foi considerado na decisão de manter o acusado preso. Para os advogados, esses gestos indicam que Maicol não tem intenção de fugir e está colaborando com as investigações.
Outro ponto levantado pela defesa é que Maicol possui residência fixa, trabalha e nunca teve envolvimento com crimes antes. Eles argumentam que ele é réu primário, ou seja, nunca foi processado por outros delitos, o que também deveria ser levado em conta para uma possível liberdade provisória. Além disso, segundo os defensores, nenhuma testemunha teria dito que Maicol fez alguma ameaça à vítima. Na visão da defesa, ele acabou sendo considerado suspeito mais por conta de especulação de pessoas que, depois de ver os noticiários sobre o caso, passaram a “elucubrar” sobre o ocorrido. Isso ficou claro em algumas declarações de testemunhas, que, segundo os advogados, só apontaram Maicol como possível culpado depois de verem as reportagens sobre o caso.
Por conta de todos esses pontos levantados, a defesa acredita que a prisão de Maicol não é necessária, já que ele estaria colaborando com as investigações e não representaria risco para o andamento do processo. Segundo eles, ele deveria ter a chance de responder em liberdade enquanto as investigações continuam.
O caso está sendo acompanhado de perto, e o processo, que corre em segredo de Justiça, foi encaminhado ao juiz João Augusto Garcia, da 5ª Câmara de Direito Criminal. A solicitação de habeas corpus está sendo tratada com urgência, e a decisão sobre o pedido de liminar deve sair em breve.
Esse caso tem levantado muitas questões sobre como a Justiça lida com as investigações e a prisão de suspeitos. Embora a defesa de Maicol tenha trazido vários argumentos para questionar sua prisão, ainda será preciso aguardar a decisão do juiz para saber se ele poderá responder ao processo em liberdade ou se a prisão será mantida até que o caso seja concluído. O que se sabe até agora é que o caso continua sendo um grande ponto de atenção, não só pelo crime em si, mas pelas complexidades que envolvem o processo e a maneira como as provas estão sendo apresentadas.