Caso Vitória: Dono de carro é “um dos envolvidos” no crime, confirma a polícia

O caso de Vitória Regina de Sousa continua a repercutir e a gerar comoção em Cajamar (SP). A jovem de 17 anos, que desapareceu após um dia de trabalho, teve seu destino selado de forma brutal, e a investigação da Polícia Civil avança para identificar todos os envolvidos no crime.

Desdobramentos da investigação

Em coletiva de imprensa na última segunda-feira (10), o diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), Luiz Carlos do Carmo, confirmou que Maicol Antonio Sales dos Santos, dono do Corolla visto perto do local do desaparecimento de Vitória, é considerado “um dos envolvidos” no crime.

As investigações descartaram o envolvimento do pai da vítima e agora focam em três suspeitos principais: Maicol, Daniel Lucas Pereira e Gustavo Vinícius Moraes, ex-namorado da jovem. O trio está no centro das atenções da polícia, que trabalha com a hipótese de sequestro e aguarda resultados de perícias para avançar nas acusações formais.

Evidências contra os suspeitos

A prisão de Maicol veio após uma série de provas que reforçam sua ligação com o crime. O ponto mais alarmante foi a descoberta de vestígios de sangue no porta-malas do seu Corolla, o que pode indicar que o corpo da jovem esteve no veículo. O material foi encaminhado para exame de DNA, um processo que pode levar até 30 dias para obter um resultado conclusivo.

Além da evidência biológica, o comportamento de Maicol levantou ainda mais suspeitas. Testemunhas relataram ter visto o carro dele na região onde Vitória desapareceu. Além disso, a versão apresentada por sua esposa diverge de seus próprios relatos, aumentando as inconsistências em seu depoimento. Vizinhos também relataram movimentações estranhas na madrugada do crime, o que fortalece a linha de investigação da polícia.

“Ele é um dos envolvidos nessa barbárie”, declarou Luiz Carlos do Carmo, enfatizando a gravidade das provas contra Maicol.

Monitoramento e premeditação

As investigações também trouxeram à tona um dado preocupante: imagens de câmeras de segurança mostram Daniel Lucas Pereira seguindo Vitória por vários dias antes de seu desaparecimento. Registros indicam que ele acompanhou a jovem desde o ponto de ônibus até sua casa por pelo menos três ou quatro dias seguidos, o que reforça a hipótese de que o crime foi premeditado.

Esse detalhe chamou a atenção dos investigadores, que agora buscam entender qual era o papel de cada um dos suspeitos no crime e se havia um mandante por trás da ação.

Perícias e busca por mais provas

A polícia tem apostado na análise de celulares para reunir mais evidências concretas. Até o momento, dez aparelhos foram apreendidos e estão passando por perícia, com o objetivo de extrair registros de chamadas, trocas de mensagens e a localização dos suspeitos no dia do crime.

Além disso, buscas foram realizadas em um local que pode ter servido como cativeiro para a jovem. Amostras colhidas no ambiente estão sendo analisadas para determinar se Vitória esteve ali antes de ser levada ao local onde seu corpo foi encontrado.

Paralelamente, perícias toxicológicas e exames das vísceras da vítima estão em andamento para tentar esclarecer se houve uso de substâncias que possam ter deixado Vitória inconsciente ou sem possibilidade de reação.

Relembre o caso

O desaparecimento de Vitória Regina de Sousa ocorreu no dia 26 de fevereiro. A jovem voltava para casa após o expediente em um shopping da região quando enviou mensagens para uma amiga relatando que estava sendo seguida por dois homens. Testemunhas confirmaram ter visto um veículo com quatro ocupantes rondando o local pouco antes de Vitória sumir.

A família e a comunidade se mobilizaram imediatamente, organizando buscas incansáveis pela jovem. Com apoio da polícia, cães farejadores e drones foram utilizados para vasculhar a região. Infelizmente, no dia 5 de março, o pior cenário se confirmou: Vitória foi encontrada sem vida em uma área de mata em Cajamar.

Seu corpo apresentava sinais evidentes de violência e estava em avançado estado de decomposição. A jovem foi encontrada sem roupas e com a cabeça raspada, um detalhe que chocou ainda mais os investigadores e reforçou a tese de que o crime teve motivação vingativa.

Comoção e busca por justiça

O enterro de Vitória foi marcado por forte emoção e revolta. Parentes, amigos e moradores da cidade compareceram ao velório, muitos vestindo camisetas com mensagens pedindo justiça. Durante o sepultamento, gritos de indignação ecoaram pelo cemitério, refletindo o sentimento de impunidade que ainda paira sobre o caso.

A polícia segue reunindo provas para consolidar as acusações contra os suspeitos. O objetivo agora é esclarecer todos os detalhes do crime, desde a motivação até a participação exata de cada envolvido. “Um (suspeito) com muita prova material é o Maicol”, reforçou Luiz Carlos do Carmo, sinalizando que o inquérito caminha para um desfecho, com pedidos de prisão sendo preparados.

O caso de Vitória Regina de Sousa se tornou mais um exemplo da brutalidade de crimes cometidos contra mulheres no Brasil. Enquanto os investigadores avançam na busca por respostas, a população clama para que a justiça seja feita e que os responsáveis paguem pelo que fizeram.