A Polícia Civil de São Paulo reduziu o número de suspeitos no caso do assassinato brutal da jovem Vitória Regina de Souza, de 17 anos. Na semana passada, o delegado seccional de Franco da Rocha, Aldo Galiano, havia levantado diversas hipóteses e divulgado nomes de possíveis envolvidos. No entanto, nesta segunda-feira (10), o diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), Luiz Carlos do Carmo, afirmou que as investigações agora se concentram em apenas três pessoas.
O crime que chocou a região
Vitória Regina foi encontrada morta em uma área rural de Cajamar, na Grande São Paulo, no dia 5 de março. Seu corpo, que apresentava sinais de tortura e estava decapitado, foi localizado em estado avançado de decomposição, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP).
A jovem desapareceu no dia 26 de fevereiro, após sair do trabalho. A última vez que foi vista com vida foi por meio de imagens de câmeras de segurança, que a mostram chegando a um ponto de ônibus e embarcando no transporte público. Antes disso, ela já demonstrava receio. Em mensagens enviadas para uma amiga, Vitória relatou ter sido abordada por homens suspeitos dentro de um carro enquanto esperava o ônibus.
Ainda na conversa, ela mencionou que outros dois indivíduos, que também estavam no ponto, lhe causaram medo. Apesar da apreensão, embarcou no ônibus e seguiu seu trajeto. No coletivo, esses dois homens entraram junto com ela, e um deles se sentou logo atrás. Já perto de casa, ao descer do ônibus, Vitória enviou um último áudio para a amiga: “Tá de boaça”. Esse foi o último contato da jovem antes de desaparecer.
O principal suspeito: vizinho e possíveis provas
Entre os suspeitos apontados pela polícia, um nome se destaca: Maicol Antônio Sales, vizinho de Vitória. Ele foi preso no último sábado (8) e é investigado por conta de evidências que ligam seu carro à cena do crime.
De acordo com a polícia, peritos encontraram manchas de sangue no porta-malas do veículo de Maicol. O material foi encaminhado para análise de DNA, um processo que pode levar de 30 a 40 dias. Além disso, testemunhas afirmam que ele estava próximo ao local onde Vitória foi sequestrada.
Outro ponto que levanta suspeitas é a contradição em seu depoimento. Maicol alegou que dormiu com a esposa na noite do crime, mas sua mulher desmentiu a versão, afirmando que passou a noite na casa da mãe. Vizinhos também relataram ter ouvido gritos e movimentação estranha na residência dele naquela noite.
O amigo da família que filmava a rotina de Vitória
Outro nome que está no radar da polícia é Daniel Lucas Pereira, amigo da família e que chegou a participar das buscas pela jovem enquanto ela ainda estava desaparecida. No entanto, as investigações revelaram um detalhe perturbador: dias antes do crime, Daniel teria gravado vídeos do trajeto que Vitória fazia todos os dias.
O delegado Luiz Carlos do Carmo afirmou que as imagens foram encontradas no celular de Daniel e levantam suspeitas de que ele poderia estar planejando o crime. Mesmo assim, o pedido de prisão temporária dele foi negado pela Justiça.
O ex-namorado e as “inconsistências temporais”
O terceiro suspeito é Gustavo Vinícius, ex-namorado de Vitória. A polícia aponta que seu depoimento tem contradições em relação aos horários reconstituídos da noite do desaparecimento. Até o momento, não há evidências de que ele esteve no local do crime, mas o interesse da polícia em seu envolvimento se deve a um detalhe: antes de sumir, Vitória tentou entrar em contato com ele e pediu que fosse buscá-la no ponto de ônibus. Gustavo não atendeu, pois estaria em um encontro.
O pai de Vitória não é mais suspeito
Durante a coletiva de imprensa desta segunda-feira, o delegado Luiz Carlos do Carmo esclareceu que Carlos Alberto de Souza, pai de Vitória, foi oficialmente descartado das investigações. Segundo ele, a polícia analisou todos os envolvidos próximos à vítima de forma imparcial e, com base nas evidências, concluiu que Carlos não tem nenhuma ligação com o crime.
“O pai foi investigado como qualquer outro, pois estava no círculo próximo da vítima. No entanto, todas as diligências feitas desde o início da investigação mostraram que ele não teve envolvimento no crime. Quero deixar claro que não há mais nenhuma suspeita contra ele”, afirmou o delegado.
O que vem a seguir?
Agora, as autoridades aguardam o resultado das perícias, que podem fornecer provas concretas para definir o responsável pelo crime. O caso tem mobilizado a população da região, gerando comoção e revolta nas redes sociais. Moradores de Cajamar organizaram vigílias e protestos pedindo justiça para Vitória.
Enquanto isso, a polícia segue trabalhando para solucionar esse crime brutal e levar os culpados à Justiça.