O depoimento da esposa foi fundamental para a prisão de Maicol Antônio Sales dos Santos, de 27 anos, apontado como suspeito na morte da jovem Vitória Regina, de 17 anos, em Cajamar, na Grande São Paulo. As informações estão no mandado de prisão expedido pela Justiça de São Paulo neste sábado (8 de março), após solicitação da polícia.
A detenção de Maicol ocorreu porque, ao prestar depoimento, ele entrou em contradição. Segundo ele, na noite de 26 de fevereiro, quando Vitória desapareceu, estava em casa com a esposa. No entanto, ao ser ouvida pelos investigadores, a mulher negou a versão do marido e revelou que, naquela noite, estava na casa da mãe e só voltou a vê-lo no dia seguinte.
A polícia também colheu depoimentos de dois vizinhos, que relataram movimentações atípicas na casa de Maicol na noite do crime. Um detalhe chamou atenção: o Toyota Corolla, veículo que costumava ficar estacionado na frente da residência diariamente, não estava lá naquela noite. Questionado sobre essa informação, Maicol tentou justificar dizendo que o carro estava dentro da garagem, mas a explicação não convenceu os investigadores.
Diante dos elementos reunidos, a polícia pediu à Justiça a prisão temporária do suspeito por 30 dias, medida que foi acatada após a análise das evidências.
Indícios de envolvimento e decisão da Justiça
Na decisão, a juíza Juliana Diniz Junqueira destacou que há fortes indícios da participação de Maicol no crime.
“Não há um único caminho investigativo que não aponte o envolvimento de Maicol com os fatos investigados”, afirmou a magistrada, ressaltando que as contradições no depoimento sugerem uma tentativa de obstrução das investigações.
Outro ponto determinante para a concessão da prisão foi a possibilidade de que Maicol influencie testemunhas e prejudique a apuração dos fatos.
Além dele, a polícia solicitou a prisão de Daniel Lucas Pereira, mas, nesse caso, o pedido foi negado. Segundo a juíza, a única relação de Daniel com o crime já foi, por ora, esclarecida. Contudo, ela deixou claro que, caso haja qualquer tentativa de atrapalhar as investigações, a medida poderá ser reavaliada e uma nova prisão decretada.
Busca por novas provas e quebra de sigilo
A Justiça também autorizou buscas nas residências de Maicol e Daniel, permitindo que a polícia recolha possíveis provas adicionais. Durante as diligências, celulares e outros dispositivos apreendidos poderão ser analisados, pois foi determinada a quebra do sigilo telefônico dos suspeitos.
A expectativa é que os investigadores consigam obter novas informações sobre os últimos momentos de Vitória e possíveis conexões entre os suspeitos. O acesso ao histórico de chamadas e mensagens pode revelar detalhes importantes sobre a comunicação entre os envolvidos na noite do crime.
O impacto do caso e a busca por justiça
O assassinato de Vitória Regina gerou comoção e revolta na cidade de Cajamar e nas redes sociais. O crime reacendeu debates sobre a violência contra mulheres e a necessidade de medidas mais eficazes para proteger vítimas em potencial.
Amigos e familiares da jovem vêm organizando manifestações, cobrando rigor nas investigações e justiça para o caso. A mãe da vítima, muito abalada, declarou que espera que os responsáveis sejam devidamente punidos.
“Minha filha era cheia de vida e teve os sonhos arrancados de forma cruel. Tudo o que queremos agora é justiça.”
As investigações continuam, e a polícia trabalha para coletar mais provas e depoimentos que possam levar ao esclarecimento total do crime. A expectativa é que novas prisões possam ocorrer nos próximos dias, caso a apuração aponte o envolvimento de mais pessoas.
Enquanto isso, a população acompanha o desenrolar do caso com apreensão, esperando que Vitória não seja apenas mais um número nas estatísticas de violência no país.