Na manhã desta sexta-feira (17/1), investigadores do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão ligado à Força Aérea Brasileira (FAB), iniciaram os trabalhos para apurar as causas do acidente envolvendo o helicóptero que caiu na região do Morro do Tico-Tico, em Caieiras, na Grande São Paulo. A tragédia, que vitimou o casal André e Juliana Feldman, deixou uma forte comoção nacional.
O que se sabe sobre o acidente
A aeronave, modelo EC 130 B4, de matrícula PR-WVT, partiu de um heliponto no bairro Jaguaré, zona oeste de São Paulo, na noite de quinta-feira (16/1). O destino era Americana, no interior do estado, onde a família Feldman residia. Por volta das 20h34, a aeronave perdeu o sinal de GPS na região de Caieiras.
Estavam a bordo o piloto, Edenilson de Oliveira Costa, e três passageiros: André, Juliana e sua filha, Bethina Feldman, que completaria 12 anos no dia seguinte.
A tragédia ocorreu em uma área de mata densa, na altura do quilômetro 31 da Rodovia dos Bandeirantes. Os destroços foram localizados na manhã de sexta-feira, após buscas realizadas por equipes da Polícia Militar, que contaram com o auxílio de helicópteros Águia.
O piloto Edenilson e a menina Bethina foram resgatados com vida, mas o casal André e Juliana não sobreviveu.
Resgate dramático e início das investigações
A operação de resgate mobilizou diversas equipes e incluiu o uso de tecnologia para localizar o helicóptero por meio do sinal dos celulares das vítimas. O piloto e a criança foram encontrados na mata, visivelmente abalados, mas conscientes. Segundo relatos, Edenilson e Bethina passaram a noite na floresta, protegidos apenas por um guarda-chuva, enquanto aguardavam o socorro.
Logo após o resgate, ambos foram encaminhados ao Hospital das Clínicas, em São Paulo, onde receberam cuidados médicos. A menina, que perdeu os pais no acidente, emocionou os socorristas ao perguntar pelo piloto e mencionar que era seu aniversário.
Com a localização dos destroços, o Cenipa iniciou a chamada “ação inicial” da investigação. Esse processo envolve a coleta de dados, análise das condições da aeronave, preservação de evidências e registro dos danos.
O papel do Cenipa e os próximos passos
De acordo com a Força Aérea Brasileira, a ação inicial é essencial para entender os fatores que contribuíram para o acidente. Técnicas específicas são empregadas para verificar elementos como falhas mecânicas, condições meteorológicas e possíveis erros humanos.
O Cenipa informou que o prazo para conclusão da investigação dependerá da complexidade do caso. A prioridade é identificar as causas e prevenir ocorrências semelhantes no futuro.
Impacto local e comoção nacional
O acidente trouxe impactos imediatos para a região. A Rodovia dos Bandeirantes foi parcialmente interditada para facilitar o acesso das equipes de resgate, causando congestionamentos. Em Americana, a perda da família Feldman gerou uma onda de comoção, já que André e Juliana eram conhecidos por sua atuação no setor empresarial.
Bethina, que sobreviveu ao acidente, tornou-se símbolo de força em meio à tragédia. Sua história emocionou o país, especialmente pelo contexto doloroso de ter perdido os pais em um dia que deveria ser de celebração.
Reflexões sobre segurança aérea
Embora o helicóptero estivesse em situação regular, as circunstâncias da queda levantaram questionamentos sobre a segurança na aviação privada. Condições climáticas adversas e a possível falta de comunicação entre a aeronave e as autoridades podem ter contribuído para o acidente.
A investigação do Cenipa será crucial para esclarecer os eventos que levaram à tragédia e evitar que situações semelhantes se repitam. Enquanto isso, o país acompanha o caso com atenção, solidarizando-se com Bethina e os familiares das vítimas.
O acidente de Caieiras é um lembrete de que a aviação, mesmo com avanços tecnológicos, ainda exige rigor na operação e monitoramento, especialmente em condições adversas.