Clientes da Zara presenciam ação e decidem devolver suas compras – “Repugnante”

O racismo persiste como um problema prejudicial que afeta pessoas e comunidades globalmente. Infelizmente, continuam ocorrendo casos de discriminação racial em diversas situações, inclusive em estabelecimentos comerciais.

Recentemente, um incidente no Rio de Janeiro expôs essa triste realidade, quando clientes de uma loja da Zara presenciaram um segurança abordando um jogador negro de forma racista. Esse acontecimento gerou indignação e motivou alguns clientes a devolverem suas compras como uma forma de protesto contra essa atitude discriminatória.

No centro dessa ocorrência está Guilherme Quintino, um atleta de futebol, que foi alvo de uma abordagem injusta enquanto estava na loja sem efetuar uma compra.

Os funcionários de segurança da loja o interpelaram e o obrigaram a retornar ao estabelecimento para mostrar onde havia deixado uma bolsa contendo roupas não adquiridas. Guilherme compartilhou sua experiência em suas plataformas de mídia social, denunciando o comportamento racista e repugnante ao qual foi submetido.

O jogador expressou sua indignação diante da situação e afirmou que tais atos não serão aceitos. Jacqueline Duvivier, uma profissional de cabelereira que estava presente na loja durante o ocorrido, também se sentiu profundamente ofendida e optou por devolver as compras que havia realizado. 

Presenciando o tratamento inadequado dado a Guilherme Quintino, ela testemunhou a situação e sentiu-se compelida a agir, uma vez que ela mesma tinha sido vítima de discriminação racial. Outros clientes, chocados com o ato discriminatório, ofereceram apoio e solidariedade ao jogador e sua namorada. Um dos clientes registrou o incidente em vídeo e compartilhou nas redes sociais, ampliando sua repercussão.

Consequentemente, diante do crescente impacto gerado, a Polícia Civil do Rio de Janeiro iniciou uma investigação para apurar os acontecimentos. Foram requisitadas as imagens das câmeras de segurança da loja, bem como a lista dos funcionários presentes no dia do incidente. Essas medidas têm como objetivo estabelecer uma base sólida para a responsabilização dos envolvidos e garantir a aplicação adequada da justiça.

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Wellington publica foto de banana que deixaram em sua porta, diz família vem sofrendo com racismo e desabafa: ‘Não é de hoje’

O volante Wellington, atualmente jogador do Avaí, compartilhou uma imagem em suas redes sociais mostrando uma banana deixada em frente à sua residência, acompanhada de um desabafo.

O jogador, que possui experiência em clubes como São Paulo, Fluminense, Athletico-PR, Internacional e Vasco, entre outros, declarou que o incidente é apenas mais um exemplo das violências que ele e sua família têm enfrentado.

“Neste dia, ocorreu algo que não posso ignorar. Minha família foi atacada. Algum indivíduo covarde cometeu esse ato. É revoltante. Um ato racista ocorreu na minha própria residência”, afirmou, acrescentando.

“Há algum tempo, minha esposa tem sido vítima desse tipo de covardia, seja através de olhares ou risadinhas disfarçadas. Infelizmente, o racismo existe e somente quem não quer enxergar nega sua existência. Que Deus nos conceda sabedoria para lidar com tudo isso, pois a raiva e a indignação são indescritíveis”, concluiu.

Com 32 anos, Wellington ingressou no Avaí este ano. Até o momento, disputou oito jogos, mas não marcou nenhum gol.

O racismo é caracterizado pela prática de discriminação e preconceito, seja de forma direta ou indireta, contra indivíduos ou grupos com base em sua etnia ou cor. É fundamental destacar que o preconceito se manifesta como um conceito ou julgamento formado sem conhecimento prévio adequado sobre o assunto em questão, enquanto a discriminação é a ação de separar, excluir ou tratar de maneira diferenciada pessoas ou objetos.