Corpo é detectado por scanner dentro de contêiner no Porto de Santos

Na manhã desta quinta-feira, dia 14, um cadáver que ainda não foi identificado foi descoberto dentro de um contêiner no Porto de Santos, localizado no litoral de São Paulo. Durante a operação de escaneamento, foi possível observar uma figura que se assemelha à silhueta de uma pessoa, o que levou à imediata intervenção da Polícia Federal (PF).

Conforme informações fornecidas pela Polícia Federal (PF), uma vez que o contêiner foi aberto, os agentes puderam verificar que se tratava de um corpo humano em avançado estado de decomposição. Diante dessa constatação, um inquérito foi oficialmente instaurado para dar prosseguimento às investigações.

O navio que transportou a caixa metálica para o Brasil partiu do porto de Tanger, localizado no Marrocos, e atracou em Santos no último domingo, dia 10.

 

Escaneamento apontou a presença de uma silhueta de corpo humano dentro de contêiner no Porto de Santos, SP — Foto: Receita Federal/Divulgação

 

Rota do navio

Segundo informações fornecidas à TV Tribuna, afiliada da Globo, pelo repórter Diego Bertozzi, a Receita Federal esclareceu que o navio partiu de Singapura, localizado na Ásia, e fez escala no Marrocos, na África. Foi nesse último país que o contêiner foi carregado, no dia 1º de setembro.

A embarcação fez uma parada em Salvador (BA) antes de alcançar Santos, onde o contêiner foi removido e submetido a uma inspeção na manhã desta quinta-feira. A Polícia Federal (PF) esclareceu que realizou uma perícia no contêiner, entretanto, o terminal específico onde a ação ocorreu não foi divulgado.

Após tentar contatar a Autoridade Portuária de Santos (APS) em busca de maiores esclarecimentos sobre o caso, não houve resposta até a última atualização desta reportagem.

Tráfico de pessoas/corpos

O tráfico de pessoas via navio é uma forma insidiosa de exploração humana que se desenrola nos confins dos oceanos, longe dos olhos da sociedade. Esse flagelo global envolve o transporte ilegal e forçado de indivíduos, muitas vezes em condições desumanas e degradantes, visando a exploração sexual, o trabalho escravo, a servidão doméstica ou até mesmo a remoção de órgãos.

Os navios tornaram-se uma rota preferida para traficantes devido à sua capacidade de transporte em massa e à relativa obscuridade que oferecem em alto mar. As vítimas, frequentemente em situações de vulnerabilidade extrema, são coagidas ou enganadas com promessas de uma vida melhor em outro país. Ao embarcarem, deparam-se com um pesadelo de confinamento, abuso físico e psicológico, privação de direitos e total dependência dos traficantes.

Os destinos variam, mas os portos clandestinos e as rotas menos patrulhadas são frequentemente escolhidos para evitar a detecção. Uma vez chegados ao destino final, as vítimas são muitas vezes vendidas ou entregues a redes de exploração, onde são forçadas a trabalhar em condições desumanas ou são exploradas sexualmente. A violência, a intimidação e o medo são utilizados para manter as vítimas sob controle, minando qualquer possibilidade de fuga.

A luta contra o tráfico de pessoas via navio exige uma abordagem global e coordenada. É crucial fortalecer a cooperação internacional entre países, agências de segurança e organizações não-governamentais. Além disso, é essencial intensificar os esforços de vigilância e patrulha marítima, especialmente em áreas propensas a atividades ilícitas.

A conscientização e a educação também desempenham um papel vital na prevenção do tráfico de pessoas. Informar as comunidades sobre os riscos e os sinais de tráfico pode ajudar a proteger indivíduos vulneráveis. Além disso, é imperativo promover a capacitação das autoridades portuárias para identificar e interromper atividades suspeitas.

Em última análise, erradicar o tráfico de pessoas via navio exige uma abordagem multifacetada que una esforços de prevenção, proteção e punição. Somente através da colaboração global e do fortalecimento das medidas de segurança marítima poderemos combater eficazmente essa grave violação dos direitos humanos e oferecer esperança às vítimas desse horrendo crime.