Em oitiva na CCJ, Zambelli questiona hacker e o acusa de mentir

A polêmica audiência de Carla Zambelli: Uma batalha de versões entre a deputada e o hacker

No dia 10 de outubro, a deputada licenciada Carla Zambelli, do PL de São Paulo, se envolveu em uma situação bastante delicada durante uma oitiva na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. A audiência, que visava analisar o processo de cassação de seu mandato, teve um tom intenso e repleto de divergências, especialmente entre Zambelli e o hacker Walter Delgatti Netto, que foi chamado como testemunha. O mais curioso é que Delgatti, que também foi condenado no mesmo caso de invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), estava presente virtualmente direto de sua cela no presídio de Tremembé.

Inicialmente, a expectativa era que apenas Delgatti falasse. Contudo, o advogado de Zambelli, Fabio Pagnozzi, solicitou a inclusão da deputada na audiência, que acabou sendo autorizada. A interação entre os dois teve um caráter de acareação, com Zambelli fazendo perguntas diretas ao hacker. Durante a audiência, Delgatti afirmou que havia se hospedado na casa da deputada por cerca de 20 dias, uma afirmativa que rapidamente foi contestada por Zambelli, que declarou que a visita durou apenas “algumas horas”.

Divisão de Versões

A troca de acusações e defesas entre ambos é digna de nota. Zambelli, em um tom firme, expressou seu desejo de que as pessoas vissem a verdade, dizendo: “Eu quero que as pessoas vejam que ele transita entre ficar 20 dias na minha casa, imagina que ficou 20 dias, mas ficou algumas horas […] Eu gostaria muito de provar que ele está errado em relação a isso.” Essa declaração revela não apenas a indignação da deputada, mas também o seu desejo de resgatar sua imagem pública, que tem sido severamente abalada por essas acusações.

Por outro lado, Delgatti não ficou calado. Ele respondeu às afirmações de Zambelli, alegando que ela o havia instruído a invadir o sistema do CNJ e que, embora se arrependesse, a deputada havia prometido que assumiria a responsabilidade em caso de problemas. Segundo Delgatti, ela também teria prometido um emprego a ele, o que não se concretizou. Essa dinâmica foi marcada por um clima de desconforto e tensão, com o presidente da CCJ, Paulo Azi, pedindo objetividade nas perguntas e evitando que Zambelli usasse adjetivos pejorativos em suas afirmações.

Consequências Legais

A situação é ainda mais complicada para Zambelli, que já foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão por seu envolvimento na invasão do sistema do CNJ. Essa sentença não só implica em sua pena de prisão, mas também resultou na perda de seu mandato, que está sendo avaliada pela CCJ. O relator da ação é o deputado Diego Garcia, do Republicanos-PR, e a comissão continua analisando o caso com a expectativa de que novas audiências possam ocorrer.

Um aspecto interessante a se considerar é o fato de que Zambelli está fora do Brasil desde o final de maio, quando decidiu deixar o país após sua condenação. Após quase dois meses foragida, foi presa em 29 de julho e atualmente está detida no presídio de Rebibbia, em Roma. Essa fuga e a subsequente prisão adicionam uma camada adicional de complexidade à sua situação legal.

Reflexões Finais

A oitiva entre Carla Zambelli e Walter Delgatti não é apenas um evento isolado na política brasileira, mas reflete um cenário mais amplo de crises de confiança nas instituições e nos representantes eleitos. O que podemos aprender com isso? É essencial que a sociedade esteja atenta aos desdobramentos e busque sempre a verdade, sem deixar que as narrativas distorcidas prevaleçam. No fim das contas, a transparência e a justiça são fundamentais para a saúde da democracia.

Se você tem alguma opinião sobre esse caso ou deseja discutir as implicações políticas dele, sinta-se à vontade para deixar um comentário abaixo. A sua voz é importante e pode contribuir para um debate mais saudável e construtivo.