Empresária é assassinada pelo marido com mais de 20 facadas, em Goiás

Na madrugada desta segunda-feira (10/3), um crime chocante abalou os moradores de Goianésia, cidade localizada no interior de Goiás. O empresário Gilvan Pires, de 53 anos, atacou brutalmente sua esposa, Leila Portilho, de 51 anos, desferindo contra ela mais de 20 golpes de faca antes de tirar a própria vida. O casal, bastante conhecido na região, trabalhava no ramo de cosméticos e era visto frequentemente em eventos comerciais locais.

De acordo com informações divulgadas pelas autoridades, o Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBMGO) foi acionado por volta da 1h da madrugada, depois que familiares de Gilvan entraram em contato com a corporação, preocupados com o que poderia estar acontecendo. Quando os socorristas chegaram ao local, encontraram Leila em estado grave. Ela foi imediatamente levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) mais próxima, onde os médicos tentaram reanimá-la. No entanto, devido à gravidade dos ferimentos e a uma parada cardiorrespiratória, a vítima não resistiu.

A tragédia vem sendo investigada pela Polícia Civil de Goiás (PCGO), que busca entender as motivações por trás do crime. Informações preliminares indicam que o casal não tinha histórico de violência doméstica registrado oficialmente, mas vizinhos relataram que, nos últimos meses, discussões entre os dois haviam se tornado mais frequentes.

Um crime que expõe um problema social grave

Casos como o de Leila Portilho infelizmente não são isolados. O Brasil enfrenta uma crescente onda de violência contra a mulher, e dados recentes mostram que feminicídios continuam sendo uma realidade alarmante no país. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o número de mulheres assassinadas em contexto de violência doméstica tem aumentado ano após ano, com registros que indicam que, em média, uma mulher é morta a cada seis horas no Brasil.

O caso de Goianésia evidencia como, muitas vezes, situações de perigo não são perceptíveis até que tragédias como essa ocorram. Especialistas reforçam a importância de identificar sinais de relacionamentos abusivos e procurar ajuda antes que o ciclo de violência atinja níveis extremos. Redes de apoio, como amigas, familiares e órgãos especializados, são fundamentais para que vítimas possam sair dessas relações de forma segura.

A resposta das autoridades e a repercussão na cidade

A morte de Leila causou comoção entre amigos, clientes e conhecidos do casal. Nas redes sociais, diversas mensagens de pesar foram publicadas por pessoas que conviveram com ela, destacando sua dedicação ao trabalho e seu jeito carismático. A loja de cosméticos administrada pelo casal, um ponto de referência no comércio local, permaneceu fechada durante todo o dia, enquanto vizinhos e conhecidos tentavam processar o ocorrido.

A Polícia Civil já deu início às investigações e pretende ouvir familiares e amigos para entender melhor a dinâmica da relação e os possíveis motivos que levaram Gilvan a cometer o crime. O caso reforça a necessidade de políticas públicas mais eficazes para a prevenção da violência doméstica e o apoio às vítimas que, muitas vezes, sofrem em silêncio.

Sinais de alerta e a importância da denúncia

Embora nem sempre seja fácil reconhecer os sinais de um relacionamento abusivo, existem alguns indícios que podem indicar um potencial risco de violência. Entre eles estão o comportamento controlador do parceiro, acessos frequentes de ciúmes, agressões verbais e tentativas de isolar a vítima de amigos e familiares. Muitas mulheres que enfrentam esse tipo de situação não denunciam por medo ou por acreditarem que o agressor pode mudar.

Casos como o de Leila reforçam a importância de romper esse ciclo. Se você ou alguém que conhece está em uma relação perigosa, é fundamental buscar ajuda. O Ligue 180 é um canal de atendimento gratuito e sigiloso que oferece suporte para mulheres vítimas de violência em todo o Brasil. Além disso, delegacias especializadas e centros de atendimento também estão disponíveis para prestar apoio e orientação.

O feminicídio de Leila Portilho não pode ser apenas mais um número nas estatísticas. Cada história interrompida pela violência traz consigo uma dor irreparável para famílias e comunidades inteiras. O desafio, agora, é transformar essa indignação em ações concretas que possam prevenir novos casos e garantir mais segurança para todas as mulheres.