Entenda porque família de jovem brasileira que perdeu a vida em vulcão terá de pagar traslado do corpo

Infelizmente, o drama vivido pela família de Juliana Marins, de 26 anos, mostra uma dura realidade enfrentada por brasileiros que morrem fora do país. Juliana foi encontrada morta nessa última terça-feira (25), após cair de um penhasco durante uma trilha no Monte Rinjani, um dos vulcões mais conhecidos da Indonésia. O caso chocou não só amigos e familiares, mas também ganhou repercussão nas redes sociais.

Só que, além da dor da perda, a família de Juliana agora enfrenta outro desafio: o retorno do corpo ao Brasil. E aqui entra um problema que muita gente desconhece — o governo brasileiro, por lei, não cobre gastos com sepultamento nem repatriação de corpos de cidadãos mortos no exterior. Pode parecer absurdo à primeira vista, mas é isso mesmo.

A legislação atual, mais especificamente a Lei nº 9.199/2017, deixa claro que a assistência consular tem seus limites. Segundo a lei, não é responsabilidade do Estado arcar com esses custos, a não ser em casos excepcionais com justificativa humanitária ou emergência médica. Em nota enviada ao portal Terra, o Itamaraty informou que, através da Embaixada do Brasil em Jacarta, tem dado apoio à família da jovem. Três funcionários chegaram a ir até o local do acidente pra acompanhar os trabalhos das equipes de busca e prestar suporte direto aos familiares.

Mas esse apoio tem limite. O governo pode ajudar com papelada, como a emissão do atestado consular de óbito, e fazer a ponte com as autoridades locais — o que já é importante, claro. Só que, na prática, o custo total da operação de translado do corpo pra o Brasil, que pode chegar fácil a dezenas de milhares de reais, fica por conta da família.

Com isso, começou-se uma mobilização pra tentar levantar recursos e ajudar os familiares nesse momento tão difícil. O jogador Alexandre Pato, por exemplo, se ofereceu pra custear o retorno do corpo de Juliana ao Brasil. A atitude dele foi elogiada por internautas, embora até o momento a família ainda não tenha se manifestado publicamente sobre a ajuda nem tenha iniciado uma campanha oficial de arrecadação.

Juliana estava desaparecida desde a última sexta-feira (21). De acordo com relatos, ela se separou do grupo com quem fazia trilha no Monte Rinjani, localizado na ilha de Lombok. Após quatro dias de buscas, as autoridades locais localizaram seu corpo numa área de acesso extremamente difícil, no fundo de um penhasco. A operação de resgate foi complicada, devido às condições do terreno e ao clima, que varia muito na região.

É uma história triste, que toca todo mundo, especialmente por se tratar de uma jovem com tantos planos pela frente. Nas redes sociais, amigos descreveram Juliana como uma pessoa sonhadora, aventureira e cheia de vida. O que era pra ser uma viagem de experiências virou tragédia, e agora a família precisa lidar com um luto pesado, somado à pressão financeira de um processo caro e burocrático.

Esse tipo de caso levanta uma discussão mais ampla: será que não era hora de revisar esse aspecto da lei? É justo deixar famílias sozinhas nessa situação? Ou, ao menos, deveria haver um fundo específico pra ajudar nesses casos mais extremos?

Por enquanto, o que resta é a solidariedade. E a esperança de que Juliana tenha um descanso digno — de volta ao seu país, perto das pessoas que ela amava.