As equipes de busca estão em curso para localizar o submersível Titan, que desapareceu durante uma expedição turística aos destroços do Titanic. As operações estão sendo conduzidas em uma corrida contra o tempo, com o objetivo de resgatar as cinco pessoas a bordo. Infelizmente, o suprimento de oxigênio disponível deverá se esgotar nesta quinta-feira.
Na manhã desta quarta-feira, a Guarda Costeira dos Estados Unidos informou que um avião canadense P-3 detectou sons subaquáticos, o que aumentou as esperanças de um possível resgate. Contudo, o contra-almirante John Mauger, comandante da Guarda Costeira, ressaltou que realizar uma busca em uma área tão remota apresenta desafios significativos.
As circunstâncias são desafiadoras: o leito marinho na área onde se encontra o Titanic, a uma profundidade de 3.800 metros, é completamente imerso em escuridão, além de apresentar uma pressão da água extremamente alta.
Em uma profundidade tão extrema, um sistema de busca por sonar deveria ser altamente especializado, com um feixe estreito e uma frequência suficientemente alta para detectar um submersível tão pequeno como o Titan, que possui 6,4 metros de comprimento.
A exploração das profundezas do oceano apresenta desafios tecnológicos significativos. O leito marinho é caracterizado por uma topografia irregular, com uma plataforma continental que cai abruptamente e correntes marinhas fortes. Além disso, a água do mar restringe as opções de comunicação disponíveis. Tecnologias como radares, GPS, projetores de luz e raios laser são prontamente absorvidos após percorrerem apenas alguns metros.
Lamentavelmente, a transmissão de ondas eletromagnéticas é rapidamente bloqueada pela água do mar assim que adentra sua superfície.
A uma profundidade de 3.800 metros, onde os destroços do Titanic estão localizados, a pressão atinge aproximadamente 400 atmosferas. Essa pressão é comparável a suportar o peso de cerca de 35 elefantes sobre os ombros.
A busca requer embarcações adequadas, pois a pressão extrema torna a exploração do fundo do mar um desafio tecnológico. É necessário utilizar submersíveis e submarinos especialmente projetados, capazes de suportar por longos períodos a imensa pressão nessas profundidades.
Tanto submarinistas quanto mergulhadores de águas profundas estão cientes da implacabilidade do mar profundo. Explorar o ambiente subaquático apresenta desafios técnicos tão intensos, se não mais, do que explorar o espaço.
Os submarinos militares de resgate têm uma capacidade máxima de alcançar uma profundidade de 3 mil metros. A Marinha da Alemanha esclarece que, caso o submersível esteja no fundo do mar e não possua mais propulsão, impossibilitando o resgate do submersível como um todo, o salvamento da tripulação não seria possível.
As chances de localização aumentam caso o Titan tenha retornado à superfície, em contraste com as expectativas iniciais. A Marinha alemã informa à DW que se o submersível não estiver sendo encontrado devido à sua pequena altura acima da água, conhecida como borda livre, há possibilidades reais de encontrá-lo. No entanto, em uma situação assim, seria esperado o envio de um sinal de emergência.
Ao longo dos últimos cem anos, o naufrágio do Titanic e sua história têm despertado um fascínio significativo. Naquela época, o navio representava um símbolo dos avanços tecnológicos e da arrogância dos indivíduos que acreditavam ter construído uma embarcação indestrutível.
Ao longo das décadas seguintes, o naufrágio do Titanic, um dos piores desastres marítimos já ocorridos, serviu de inspiração para livros, filmes e atraiu inúmeros aventureiros ávidos por testemunhar os eventos que se desenrolaram quando o luxuoso navio colidiu com um icebergue.